Em dia de trégua, tucano pede desculpas por bate-boca no Senado
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) pediu desculpas da tribuna nesta terça-feira (11) pela discussão em que se envolveu na última quinta (6) com o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL). "Eu queria aqui publicamente pedir desculpas aos meus pares senadores e à população brasileira por ter me comportado de maneira que não seria adequada a um senador", disse.
Publicado 11/08/2009 20:32
Jereissati disse que os senadores deveriam, antes de declarar guerra uns aos
outros,"tentar de vez dar um esclarecimento definitivo a isso, propor uma reforma de profundidade dentro do sistema de administração que faz nesta Casa, propor inclusive ao longo disso uma reforma política e uma reforma eleitoral".
No bate-boca da semana passada, Tasso chegou a chamar o senador Renan Calheiros (PMDB-AP) de "cangaceiro de terceira categoria". O senador alagoano qualificou-o, longe dos microfones, de "coronel de merda".
"Vou fazer o possível para que não se repita o que aconteceu, porque não acho, de
maneira nenhuma, dignificante o que aconteceu", disse Tasso. Agregou, porém, que também vai "continuar com uma firmeza muito maior do que antes a lutar contra essa indignidade de existência de tropas de choque, de posições menores".
O discurso conciliador de Tasso Jereissati foi reforçado por duas dezenas de apartes de senadores, da base do governo e da oposição, todos desejosos de aplacar o clima de guerra que prevaleceu nos últimos dias.
José Sarney (PMDB-AP), que presidiu a sessão de hoje, ao ouvir do senador Almeida Lima (PMDB-SE) um pedido para que encurtasse o tempo concedido para pronunciamento de cada senador, pediu paciência. "Prorroguei o tempo porque o senador Tasso Jereissati está fazendo um discurso que se destina a encerrar um episódio nesta Casa que todos desejamos que seja encerrado. E, assim, justifica que a Mesa tenha uma certa tolerância nos prazos do seu discurso", disse Sarney.
Houve quem interpretasse os panos quentes no plenário do Senado durante esta terça-feira como prenúncio de um acordo de paz. PSDB e DEM, PMDB e PT, estariam ultimando uma fórmula pela qual Sarney ficaria na presidência da Casa, e seria arquimvada a representação do PMDB contra o líder tucano Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, por ter mantido durante dois anos um assessor de seu gabinete em Barcelona, estudando cinema e recebendo pelo Senado.
A decisão do presidente do Conselho de Ética da Casa, Paulo Duque (PMDB-RJ), adiando para quarta-feira a reunião do órgão, atenderia à articulação pacificadora. Em princípio, a reunião apreciaria quatro recursos da oposição, visando desarquivar denúncias contra Sarney. Duque ainda não anunciou se aceitará ou arquivará também a representação contra Virgílio.
Da redação, com agências