George Câmara: O Gabinete de Rua, a Rede da Cidadania e o PCdoB

A programação, bastante participativa, teve como ponto alto a prestação de contas dos primeiros seis meses do Mandato Popular do PCdoB e do povo de Natal, além da reafirmação de compromissos e, ao mesmo tempo, a constituição de uma tribuna livre para os movimentos sociais e populares, destacando-se a participação dos movimentos sindical, comunitário e da juventude.

Calçadão da Av. João Pessoa em Natal-RN Presença de dirigentes do Partido Comunista do Brasil e de partidos aliados, parlamentares, personalidades, lutadores históricos, verdadeira quebra de rotina para uma tarde de segunda feira no Calçadão da Rua João Pessoa. Contato direto com a população, distribuição do Boletim Informativo “Rede da Cidadania” e do Jornal “A Classe Operária”, chamando para o 12º Congresso do Partido. Encontros e reencontros de militantes e simpatizantes da luta do povo.

Camisetas com as fotografias dos dirigentes Alírio Guerra e Glênio Sá, música de Luiz Gonzaga. Dezenove anos sem Alírio e Glênio, vinte anos sem Gonzagão. Cenário da democracia, da luta e do bom gosto.

Algumas manifestações de curiosidade, indagando o motivo da nossa presença em praça pública fora de período eleitoral, o que não é muito comum. Geralmente, vereador em contato com o povo tem tempo e assunto definidos: época de eleição e conquista do voto. Prestar contas da atividade parlamentar, fora de época eleitoral e em abordagem direta com as pessoas não é coisa muito frequente no cotidiano político. Nem no Brasil, nem no Rio Grande do Norte.

Gabinete de Rua? Rede da Cidadania? Prestação de contas da atividade parlamentar? Que partido é esse? Através do alto-falante, as primeiras explicações davam conta do significado daquela atividade, em que o PCdoB, por meio de sua representação parlamentar na Câmara Municipal de Natal, abria um canal direto para ouvir as reivindicações populares, ao mesmo tempo em que cumpria o dever de informar ao povo acerca da sua atividade naquela Casa Legislativa nesse primeiro semestre de 2009.

A atitude de deslocar a equipe de assessores para o contato direto com a população não é um fato isolado, nem é um ato festivo, ainda que seja uma atividade que nos enche de prazer. Reflete, antes de tudo, uma concepção de mandato parlamentar e este, por sua vez, segue a orientação de um partido político. O Gabinete de Rua é, portanto, um instrumento para viabilizar contatos e encurtar distâncias. Permite uma abordagem educativa e conscientizadora junto à população.

Produto da criatividade militante, idéia de um colega da Petrobrás, encaixa-se numa proposta mais elaborada, mais completa, que é a Rede da Cidadania. Esta, idealizada por um dirigente do PCdoB na Campanha Eleitoral de 1996, em Natal, descortina um universo amplo e ilimitado não apenas para a conquista do voto, mas também na ação política parlamentar. Ao estimular a participação das pessoas na construção efetiva do mandato, introduz na limitada democracia representativa elementos criativos da democracia direta.

Quero aqui chamar a uma rápida reflexão: em época de tamanho desgaste na ação política, com tantos escândalos em nosso país, envergonhando o povo e aumentando o fosso entre a política e o cidadão, o que leva uma agremiação partidária a brindar a sociedade com um Gabinete de Rua? Estreitando os vínculos com a população e estimulando a participação das pessoas na política?

Para o PCdoB, que tem na sua razão de ser a transformação da sociedade e a emancipação social, não teria sentido trilhar outro caminho. Venha você também!