Ceará se articula para a I Conferência Nacional de Comunicação

Como deve ser a comunicação para formar cidadãos conscientes e críticos? O que fazer para melhorar o conteúdo oferecido pelos veículos? Como democratizar o acesso a inovações tecnológicas como a TV digital? Essas e outras questões são debatidas por todo País, nas comissões integradas por representantes do poder público e da sociedade civil que se articulam para a I Conferência Nacional de Comunicação.

A Confecom vai acontecer de 1º a 3 de dezembro, em Brasília, e terá como tema “Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital”. Será presidida pelo Ministério das Comunicações e contará com a colaboração direta da Secretaria Geral da Presidência e da Secretaria de Comunicação Social.

Em Fortaleza, a Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação do Ceará, formada por membros de cerca de 30 entidades, tem encontros todas as quartas-feiras, às 18h, na sede do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará. Já está marcada para o início de setembro, faltando apenas definição dos dias, a realização da Conferência Municipal. De acordo com o jornalista Daniel Fonseca, representante da ONG Intervozes na Comissão, além de Fortaleza, já decidiram realizar suas conferências municipais Caucaia e Maracanaú.

Ele informa que depois de audiência com o Governador Cid Gomes, no dia 9 de julho, ficou combinada a promoção da Conferência Estadual para a segunda quinzena de outubro. “Estamos aguardando o decreto do Governador”, afirma. A previsão é realizar, antes, três conferências regionais, além das municipais já citadas. Uma englobando municípios da região Norte, a segunda, os da Centro-Sul e a terceira aqueles situados na região Jaguaribana e Litoral Leste.

Daniel explica que as discussões se dão em três linhas: o acesso à comunicação, ampliando à população o direito à internet e TV digital; o controle social, “toda e qualquer concessão deve ter o controle social”, adverte; e o direito à produção, o que beneficiará TVs e rádios comunitárias ou regionais. Daniel diz ainda que o Ceará é um dos estados mais mobilizados para a Confecom, junto com Bahia, São Paulo, Paraná, Pará e Piauí.

A jornalista Cristiane Bonfim, representante do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e do Comitê pela Democratização da Comunicação no Ceará, concorda quanto a mobilização e articulação em nível de entidades e governos municipal e estadual, mas observa que a discussão dos temas da Confecom ainda precisa chegar ao público em geral, às ruas. Afinal, o cidadão está na ponta da recepção de conteúdo de baixa qualidade oferecido pelos meios de comunicação, por exemplo. Para ela, a população precisa opinar sobre como deve ser a comunicação no País. Nesse sentido, uma proposta que pode ampliar a participação popular é a da realização de conferências livres, por área. A idéia foi discutida em recente seminário de formação, realizado em Fortaleza.

Fonte: Agência da Boa Notícia