Experiência da gestão comunista é apresentada em Seminário
As marcas e os desafios da gestão municipal de Olinda foram apresentados no seminário "O Papel da Cultura no Novo Projeto de Desenvolvimento", promovido pela Fundação Maurício Grabois, no Rio de Janeiro no último fim de semana. A secretária de Cultura e Patrimônio da Prefeitura, Márcia Souto, mostrou o que a experiência comunista tem a ensinar sobre políticas públicas de valorização da cultura e afirmação da identidade nacional.
Publicado 18/08/2009 16:26 | Editado 04/03/2020 16:58

Olinda, cidade declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO e eleita a primeira Capital Brasileira da Cultura no ano de 2006. A vocação natural para a cultura e a efervecência vivida na cidade têm muitos exemplos, e como ponto alto, o Carnaval, com seus bonecos gigantes e blocos carnavalescos com temáticas variadas, acompanhados de orquestras de frevo, grupos de maracatu e outros ritmos originais de Pernambuco.
Palco principal para essas e outras manifestações culturais, o sítio histórico é um espaço aberto para eventos de porte, como a Mostra Internacional de Música de Olinda e o Arte em toda Parte, até as feirinhas de artesanato, shows, restaurantes culturais – com noites literárias e música ao vivo. Olinda também abriga 23 pontos de cultura, o que a torna a cidade brasileira, proporcionalmente ao número de habitantes, a que mais recebeu recursos federais para a aplicação do programa.
Espaços culturais importantes foram revitalizados e a cidade implantou um modelo de gestão participativa. Em quase nove anos à frente da prefeitura, muito foi feito para superar as dificuldades decorrentes da pequena receita municipal, das desigualdades sociais e das tentativas de descaracterização da cultura local.
“Um grande desafio para a implantação de políticas culturais é que Olinda é uma cidade muito carente, e os grupos populares vivem uma situação econômica e social muito difícil. Auxiliamos até mesmo na documentação das entidades, e realizamos capacitações como forma de garantir que elas participem dos editais. Funcionamos como um departamento de identificação de potencialidades, que cruza o nosso cadastro cultural com os editais e a partir disso trabalhamos para que esses grupos sejam incluídos nas políticas do Ministério da Cultura”, explicou a secretária.
Para Márcia Souto, as ações da secretaria têm como eixos a afirmação da identidade e a valorização da cultura local, o que fezMárcia Souto, as ações da secretaria têm como eixos a afirmação da identidade e a valorização da cultura local, o que fez aumentar a autoestima da população e acabou por se tornar uma importante marca da gestão do PCdoB.
Este seminário é o terceiro já realizado no país sobre cultura e integra a agenda do 12º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), cujo debate está relacionado à elaboração de um novo projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil como o caminho para a construção do socialismo. Para os comunistas, para que haja um novo passo civilizacional no Brasil, é indispensável o fortalecimento da nação e da soberania brasileira, o que, necessariamente, implica na luta de idéias e no fortalecimento da cultura nacional.
"Cabe ao campo patriótico, democrático e popular, a tarefa de criar mecanismos que ampliem o acesso de todos à enorme diversidade de manifestações culturais brasileiras e de todas as sociedades que constituem a diversidade cultural planetária e contribuam para enriquecer a nossa própria identidade", afirmou o presidente da Fundação Maurício Grabois, Adalberto Monteiro.
Ao fim do Seminário, os comunistas criaram um coletivo nacional de cultura, que terá o papel de estimular o debate nos estados e ampliar a organização do PCdoB entre intelectuais, artistas, gestores e produtores culturais.Participaram do evento cerca de 150 pessoas de doze estados. Pernambuco foi representado no evento por 8 participantes.
Fonte: Site do Luciano Siqueira