Coutinho (BNDES) e Coimbra (Cebres): polêmica sobre investimento
Para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a taxa de investimento agregado precisa ser de 24% do Produto Interno Bruto (PIB), para que o Brasil alcançar o crescimento sustentado. Marcos Coimbra discorda.
Publicado 25/08/2009 13:33
O próprio BNDES projeta em 19% do PIB o investimento deste ano e em 19,5% para 2010. Até 2012, a taxa esperada é de 20,8%, índice que Coutinho considera insuficiente. No entanto, ele conclamou o empresariado, e não o setor público, a expandir seus investimentos. "Quem tem que puxar o investimento é o setor público", discorda o economista Marcos Coimbra, do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (Cebres).
Ele observa que, na China, o investimento atinge 50% do PIB e ressalta que o BNDES e os demais bancos públicos podem, indiretamente, contribuir para elevar a taxa de investimento, concedendo financiamentos a juros subsidiados: "Mas precisa condicionar à aplicação no aumento da capacidade produtiva. Para o setor privado investir sozinho não dá, até porque o setor externo ainda está em recessão", disse.
Coimbra concorda com Coutinho quanto à taxa histórica necessária para o crescimento acelerado do país (24%), mas lembrou que, no momento, ela está longe dos 19% projetados para o fim do ano.
"Alguns analistas dizem que hoje está em torno de 14%. É uma utopia pensar que o setor privado vai fazer esse esforço, sobretudo se ainda pode faturar com a quinta maior taxa de juros do mundo", disse, lembrando que o Tesouro ainda paga 4,4% reais ao ano. "Para produzir, o empresário vai enfrentar burocracia, custo Brasil e juros altos de financiamentos. É um desejo irrealizável", resumiu.
A informação é do Monitor Mercantil