Lula: verba do pré-sal deve ir para educação e combate à pobreza
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (27) que o ideal é que o dinheiro da exploração do petróleo da camada pré-sal seja “carimbado” para as áreas de educação, ciência e tecnologia e combate à pobreza.
Publicado 27/08/2009 16:10
“Se a gente pulverizar esse dinheiro, ele vai entrar no ralo do governo e não vai produzir nada. Então, queremos carimbar o que a gente vai fazer, sem permitir que meu companheiro Guido Mantega [ministro da Fazenda] venha contingenciar, ou quem vier depois. Precisamos ter carimbados a educação, ciência e tecnologia e o combate à pobreza”, disse, em discurso no encerramento da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
O governo já comunicou que deve enviar o projeto do marco regulatório do pré-sal ao Congresso Nacional em regime de urgência, o que resultou em críticas de que sobrará pouco tempo para que o projeto seja discutido com a sociedade.
Lula disse que é preciso ter pressa na aprovação do marco regulatório e, se o tempo é considerado curto para o debate, a solução é “ trabalhar mais horas discutindo”.
O presidente discordou daqueles que estão classificando como dura a posição do governo em relação à distribuição dos recursos da exploração do pré-sal. Segundo ele, os países que se desenvolveram na área do petróleo fizeram mudanças no marco regulatório.
Nos últimos dias, os governadores do Rio de Janeiro e Espírito Santo demonstraram descontentamento com o modelo de partilha dos royalties do pré-sal, alegando que esses estados perderão em arrecadação.
Lula disse também que o Brasil precisa ter sua própria indústria petrolífera. “O Brasil precisa criar definitivamente sua indústria petrolífera. Esse país vai precisar comprar navios, sondas, plataforma, esse país tem que ter umas das mais modernas indústrias petrolíferas.”
Ao falar aos conselheiros do CDES sobre a situação econômica do país, Lula disse que, em 2010, o Brasil alcançará um bom crescimento e garantiu que não brincará com a estabilidade econômica brasileira por 2010 ser um ano eleitoral.
“Não pense que a gente vai brincar com a política fiscal, com a inflação. A gente não vai permitir que esse país sofra os retrocessos cíclicos que, historicamente, ele sofreu. Não pense que a campanha política me fará fazer alguma cosia que, depois da eleição, quem ganhar seja prejudicado, porque não farei isso.”
Fonte: Agência Brasil