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Ministro da Defesa afegão suspeito de corrupção e narcotráfico

O governo dos Estados Unidos manifestou nesta quinta-feira "preocupação" com a suposta possibilidade de o atual ministro da Defesa do Afeganistão, o marechal Mohammad Qasim Fahim, se tornar o vice-presidente do país depois da contagem dos votos das eleições, segundo o New York Times.

De acordo com o periódico americano, o principal receio dos Estados Unidos está na suspeição de que Fahim esteja envolvido no tráfico de heroína e participe de vários casos de corrupção no governo do país, segundo informações obtidas pela CIA.

Citando um alto funcionário do governo americano, o New York Times escreveu que a secretária de Estado, Hillary Clinton, já avisou Karzai que a aliança com Fahim no poder pode "prejudicar" a "relação" do Afeganistão com os Estados Unidos e outros países.

"O problema de como lidar com o marechal Fahim aumenta a complexidade de gerir o difícil relacionamento com Karzai", elocubra o jornal, lembrando que, apesar de liderar a contagem de votos, o atual presidente afegão sofre acusações de gigantescas fraudes e isso mina ainda mais a credibilidade do governo.

Segundo o funcionário do governo entrevistado pelo diário, o governo americano poderia "impôr sanções" a Fahim caso chegasse ao poder ao lado de Karzai – como, por exemplo, negar-lhe o visto ou impor sanções "econômicas", como faz com outros governantes acusados de corrupção.

Segundo o jornal, Fahim é apenas um dos "senhores da guerra" que acompanham Karzai na tentativa dele de se manter no poder. "Ainda este verão, o presidente Barack Obama pediu a investigação de um chefe militar, o general Abdul Rashid Dostum, que é acusado de envolvimento no assassinato de milhares de prisioneiros de guerra no início do conflito", informou o jornal norte-americano.

Mas não parece ter adiantado muito: Karzai recentemente permitiu que Dostum retornasse do exílio, reintegrando-o ao governo. O general, por sua vez, ajudou Karzai na campanha.

Fahim já é conhecido há algum tempo pela administração americana. O governo de George W. Bush aliou-se aos "senhores da guerra" em 2001, entre eles o virtual vice-presidente afegão, para poder invadir e ocupar o país, retirando do poder o movimento islâmico Talibã, que ajudou a instalar no governo anos antes.

"Fahim trabalhou para a CIA e foi recompensado com milhões de dólares em dinheiro, de acordo com funcionários antigos e atuais do governo", informa o New York Times.

Depois de Karzai ter assumido o poder, Fahim foi nomeado ministro da Defesa, posição que ocupa até hoje. Só depois uma investigação da CIA mostrou que o marechal estaria envolvido com o tráfico de drogas, que era feito por meio do território russo.

Da redação, com agências