Aracaju é destaque nacional no quesito segurança

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revelou importantes avanços no campo social alcançados pela cidade de Aracaju em apenas um ano. Segundo o levantamento, coordenado pelo órgão e divulgado no jornal O Globo no último domingo, dia 6 de setembro, a capital sergipana apresentou a maior redução no número de homicídios entre 2006 e 2007, em comparação às outras capitais do Nordeste.

Aracaju - Márcio Dantas

Há dois anos, os dados apontavam a ocorrência de 36,81 mortes para cada 100 mil habitantes. No ano passado, a estatística caiu em 12,61 pontos, passando para 24,20. A mesma pesquisa aponta ainda que a capital da região Nordeste que teve a segunda maior redução no índice de homicídios foi Teresina, no Piauí, com uma queda de 6,36 pontos no mesmo período.

Para o prefeito Edvaldo Nogueira, os números mostram a eficácia do trabalho realizado conjuntamente pela Prefeitura de Aracaju e pelo Governo do Estado no tocante às políticas públicas voltadas à rede de proteção social.

"Temos trabalhado a segurança pública de forma preventiva, priorizando a promoção da cidadania e o bem estar da população como forma de evitar a ocorrência de crimes. E, como estamos constatando a cada pesquisa divulgada, a evolução dos indicadores sociais têm refletido na redução da criminalidade. Hoje Aracaju é conhecida como uma das capitais mais tranqüilas do país", destaca.

Diálogo

Para ele, o debate com a sociedade é de suma importância para melhorar as políticas públicas de prevenção e combate à violência no país. "Pensando nisso, no último mês de maio realizamos em Aracaju a I Conferência Municipal de Segurança Pública. As propostas que lá surgiram já foram encaminhadas para o Ministério da Justiça, em Brasília", destaca o prefeito.

"Entendo que o desafio de encontrar as respostas para os problemas graves de segurança pública no Brasil exige de nós um maior diálogo com a sociedade. É preciso envolver a população e, dessa maneira, encontraremos novos parâmetros para combater de forma eficaz e eficiente a marginalidade", comenta Edvaldo.

Crescimento econômico

A reportagem publicada pelo jornal O Globo destaca ainda que o crescimento econômico das capitais nordestinas está diretamente relacionado ao aumento da criminalidade, uma vez que, em geral, as políticas sociais não são priorizadas.

Ao mesmo tempo em que as cidades apresentaram "um crescimento econômico superior à média nacional", em seis das nove capitais da região Nordeste os índices de violência subiram.

O caso mais grave é o de Maceió, capital de Alagoas. Lá o número de homicídios para cada 100 mil habitantes cresceu de 85,54 em 2006 para 88,07 no ano passado.

O secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, explica o quanto o desenvolvimento econômico de uma região pode se apresentar como uma faca de dois gumes, pois "quanto mais acelerado o crescimento econômico, maior é o inchaço dos centros urbanos e maiores as possibilidades de conflitos", diz.

Políticas públicas

Nos últimos dois anos, a capital sergipana foi destaque várias vezes na imprensa nacional pelos investimentos maciços em políticas sociais. No último mês de agosto, Aracaju alcançou a melhor colocação entre as capitais nordestinas no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), medido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O feito se deve às ações voltadas à geração de emprego e renda, que deram ao município um índice de 0,9011, numa escala que vai de 0 a 1. O resultado alcançado pela capital sergipana foi melhor, por exemplo, que o de Brasília, com 0,8805, e do Rio de Janeiro, com 0,8673.

O mesmo índice Firjan também apontou que Aracaju tem o melhor indicador de saúde entre as capitais do Norte e Nordeste do país. Com 0,8368, numa escala de 0 a 1, Aracaju ficou à frente das outras 16 capitais que compõem as duas regiões e ocupou a 9ª colocação no país.

Para definir os índices, a Firjan reuniu dados oficiais do Ministério da Saúde (MS) do ano de 2006. De um total de 9.432 nascidos vivos em Aracaju à época, 5.773 passaram por sete ou mais consultas pré-natais – quantidade mínima ideal indicada pelo MS. Além disso, outros 2.772 recém-nascidos atingiram de quatro a seis consultas.