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Crescimento do PIB é trunfo para governo nas eleições de 2010

O crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano com um em relação aos primeiros três meses do ano foi comemorado no mundo político, principalmente pelos governistas, que vêem nos indicadores econômicos um trunfo político para o governo. O resultado do PIB aponta para um acerto das medidas adotadas para o enfrentamento da crise econômica internacional.

O fim do período que caracterizou uma recessão técnica na economia brasileira e a perspectiva de aceleração gradativa da atividade econômica daqui para frente têm repercussão direta no cenário em que serão disputadas as eleições presidenciais de 2010. O governo vai tirar proveito do cenário econômico nas próximas eleições.

O senador petista Delcídio Amaral (MS) disse nesta sexta-feira (11) que o crescimento da economia de 1,9% é uma demonstração clara de que o país deixa para trás os efeitos da crise financeira internacional. Ele destacou que apesar dos bons índices de recuperação o governo ainda terá desafios para manter a sustentabilidade desse crescimento em 2010. A seu ver, investimentos em infraestrutura com foco no setor de energia serão fundamentais para garantir uma retomada ainda mais forte do crescimento do PIB.

Especialista no setor, o petista considera que o Brasil é o país que tem hoje maior potencial de diversificar sua matriz energética com melhor aproveitamento de fontes renováveis. Ele citou, por exemplo o fato de o país ter 45% de sua fonte de geração de energia em hidrelétricas. É necessário, no entanto, garantir a integração de novas
fontes, como a nuclear, para que se possa manter a capacidade de geração nos períodos de estiagem, quando a vazão dos rios é menor, ponderou o senador.

Para efetivar essas obras e integrar estas diversas fontes o governo terá que redobrar os esforços nas parcerias público-privadas (PPP). “O governo não tem dinheiro para bancar tudo isso sozinho”, destacou.

Medidas acertadas

O presidente da Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e da Empregabilidade do Senado, senador Francisco Dornelles (PP-RJ) destacou que o resultado do PIB no segundo trimestre é resultado das políticas públicas adotadas pelo governo para diminuir os efeitos da recessão mundial.

Ele fez referência a redução dos impostos, da taxa de juros e dos spreads bancário, além da ampliação do crédito. O senador advertiu que ainda é cedo para a equipe econômica pensar em acabar com incentivos concedidos no início da crise como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automobilístico.

O líder do PDT, Osmar Dias (PR), também defendeu a preservação por mais tempo de alguns incentivos concedidos na fase aguda da crise mundial. Ele apontou ainda como medidas que o governo deve manter para garantir o crescimento a regularidade da irrigação do crédito e a política de preços mínimos para que não seja reduzida a área de plantio.

Otimismo dos ministros

Os ministros da área econômica do governo reforçaram, em entrevistas nesta sexta-feira, o cenário otimista que sustentam para a economia brasileira, com a previsão de um número positivo do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e um crescimento ambicioso de pelo menos 4,5% para 2010.

"O Brasil voltou a crescer", comemorou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que previu um "Natal gordo" para os brasileiros ainda neste ano. O tom das declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, passou ainda pela convicção de que a taxa de investimento também deverá apresentar sinais concretos de evolução a partir do último trimestre deste ano.

De Brasília
Com agências