Ganho dos bancos: Sarkozy apela a Obama e ameaça deixar G20
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, conversou durante meia hora por telefone nesta terça-feira (15) com o chefe da Casa Branca, Barack Obama, depois ameaçar deixar a próxima reunião do G20. "Se não houver uma decisão concreta, deixarei o encontro", disse Sarkozy, referindo-se aos dividendos dos executivos dos bancos, segundo revelou o jornal francês Le Figaro.
Publicado 15/09/2009 21:21
O próximo encontro dos líderes das maiores economias desenvolvidas e emergentes está marcado para Pittsburgh, nos Estados Unidos, na próxima semana. Le Figaro não descreveu o contexto no qual a declaração foi feita, mas o chefe da equipe de Sarkozy, Claude Gueant, disse à rádio RTL que o presidente estava "extremamente determinado" a assegurar o acordo.
A proposta de estabelecer um limite para os ganhos dos executivos de bancos, pregada por Sarkozy, foi acatada este mês pelos primeiros ministros da Alemanha, Angela Merkel, e do Reino Unido, Gordon Brown. Obama, porém, falando na segunda-feira por motivo do primeiro aniversário da quebra do banco Lehman Brothers, divergiu da limitação, embora concordando com uma reforma do sistema de remunerações variáveis no mundo das finanças.
"Ela deve ser levado a sério", disse Gueant sobre o aviso, que se parece com outras exigências francesas antes das reuniões anteriores sobre a crise internacional. Sarkozy tem encabeçado um esforço dos líderes europeus para limitar a remuneração aos banqueiros e quer convencer o G20 como um todo a adotar uma atitude comum à questão.
Segundo um comunicado do Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, Sarkozy e Obama "reafirmaram sua vontade de levar à prética as decisões tomadas em Londres", onde ocorreu a cúpula anterior do G20, em abril. Os dois "concordaram em trabalhar em estreita colaboração para que a reunião de Pittsburgh seja um sucesso".
Da redação, com Le Figaro