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Em greve, 92 mil trabalhadores cobram reajuste digno dos Correios

Os funcionários dos Correios estão em greve por tempo indeterminado desde a meia-noite desta quarta-feira (16). Segundo o Comando Nacional de Negociação da categoria, 33 dos 35 sindicatos ligados à Fentect (federação nacional dos trabalhadores dos Correios) aderiram à paralisação.

Cerca de 92 mil trabalhadores (80% dos 116 mil da base) estão parados. Só no estado de São Paulo, a greve foi decretada em todos os quatro sindicatos da categoria (Grande SP, Santos, Ribeirão Preto e Vale do Paraíba), onde há 35 mil servidores dos Correios.

Ronaldo Ferreira Martins, o Ronaldão, membro do Comando, afirma que os carteiros não aceitaram a proposta da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) de reajuste de 4,5%. “A empresa ofereceu apenas a reposição das perdas inflacionárias. Queremos 41,03% de reajuste e aumento real de R$ 300 para todos os trabalhadores. Precisamos valorizar nosso piso, que é de apenas R$ 648”, declara Ronaldão. O índice de 41,03% corresponde às perdas salariais ocorridas desde 1994.

Ronaldão informa que o Comando está buscando abrir um canal de negociação com a empresa. Novas assembleias serão realizadas nesta quinta à tarde em todo o país para avaliar o movimento grevista. Segundo o sindicalista, a empresa vai suspender serviços de entrega com hora marcada, como o Sedex 10, em virtude de a greve ser nacional. Todas as demais entregas não devem ser feitas.

A pauta da Fentect também reivindica redução da jornada de trabalho sem redução de salário, fim da terceirização, auxílio creche e educação, contratação de mais servidores e reintegração dos servidores demitidos, participação nos lucros no acordo coletivo, entregas de correspondência no período da manhã e fim dos assédios morais e sexuais. Apesar de não ter enviado proposta oficial no prazo exigido pelos servidores, os Correios afirmam manter a disposição de negociar.

Da Redação, com agências