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Le Monde: Lula acertou, crise no Brasil foi 'marolinha'

O diário francês Le Monde afirma nesta quinta-feira (17) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "acertou", ao prever que a crise capitalista global, no Brasil, seria 'uma marolinha". A frase, de 4 de outubro último, foi fortemente atacada pela mídia e a oposição, confiantes em uma crise devastadora como as da década precedente. Veja a íntegra o texto do correspondente do Le Monde no Rio de Janeiro, Jean-Pierre Langellier.*

Ao prever com ironia um ano atrás que "o tsunami" da crise provocaria em seu país uma simples "marola", o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acertou: a recessão só duraria um semestre.

O produto interno bruto aumentou 1,9% no segundo trimestre de 2009, depois de ter recuado durante dois trimestres consecutivos: -3,4% (outubro-dezembro 2008) e -1% (janeiro-março 2009).

Segundo o ministro da economia, Guido Mantega, o gigante sulamericano deverá recuperar em 2010 sua velocidade média anterior à crise, em torno de +4,5%.

Atingido pela recessão mais tarde que a maioria dos países do mundo, o Brasil também saiu dela antes, como mostram dois outros índices: a Bolsa de São Paulo retomou seu alto nível de um ano atrás e a moeda, o real, recuperou toda sua força frente ao dólar e o euro.

A rápida recuperação do Brasil mostra como foi acertada a estratégia adotada pelo governo, com enfoque sobre o apoio do mercado interno. Reduções de impostos na indústria automobilística e de eletrodomésticos mantiveram as vendas nesses dois setores industriais cruciais.

O Banco Central ajudou os bancos em dificuldades, retirando de suas gordas reservas – US$ 200 bilhões – para irrigar o mercado que havia secado. Grandes empresas, como a gigante mineradora Vale, ficaram com medo, congelando seus investimentos, o que é criticado pelo presidente Lula hoje. Mas a confiança dos consumidores não foi abalada: "A economia sobreviveu graças aos mais pobres", ressalta Lula.

* A avaliação sobre o Brasil faz parte de um texto maior, A recuperação do crescimento mundial depende do Bric. Clique para ver a íntegra (em português).