Ex-diretores da CIA pedem a Obama que não investigue torturas
Sete ex-diretores da Agência Central de Inteligência (CIA) americana pediram ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que detenha as investigações sobre as torturas perpetradas por agentes da CIA durante o mandato de George W.Bush.
Publicado 19/09/2009 16:47
Os sete ex-principais diretores da CIA, três deles sob o mandato do próprio George W. Bush, remeteram nesta sexta-feira uma carta a Obama na qual sustentam que as investigações poderiam desanimar os agentes no emprego de táticas agressivas na obtenção de informação na luta contra o terrorismo.
Os signatários da carta, que serviram tanto em administrações democratas como republicanas, acrescentam que essa investigação iniciada pelo Departamento de Justiça americano poderia igualmente inibir a Governos estrangeiros na cooperação com os Estados Unidos.
Segundo o texto, publicado neste sábado no site da rede ABC, os ex-diretores da CIA afirmam que "a difusão de antigas operações de inteligência só pode ajudar à Al Qaeda a eludir à espionagem americana e a preparar futuras operações".
Michael Hayden, Porter Goos e George Tenet que ocuparam o cargo com George W. Bush; John Deutch e James Woolsey que trabalharam para Bil Clinton; William Webster que desempenhou o cargo com George Bush; e James R. Schelesinger, que o fez com Richard Nixon, são os signatários da carta que até o momento não recebeu resposta.
Segundo a edição deste sábado do jornal "The Washigton Post", o Departamento de Justiça americano vai ficar concentrado em um número limitado de casos de abusos e torturas, incluído um no qual um prisioneiro afegão morreu em um centro secreto, segundo fontes conhecedoras do caso citadas pelo jornal.
Segundo o jornal, um homem de 35 anos foi torturado no centro conhecido como Salt Pit, ao norte de Cabul, onde faleceu em novembro de 2002.
No entanto, o próprio secretário de Justiça americana, Eric Holder, afirmou há um mês que a reabertura de pesquisas fechadas pela Administração anterior não necessariamente significa que os responsáveis das torturas sejam incriminados.
Embora alguns relatórios referissem à existência de uma dezena de casos submetidos a revisão, uma fonte não identificada pelo rotativo revela que o número será muito menor.
Até o data só um ex-contratado pela Agência, David A. Passaro, foi declarado culpado pela morte do prisioneiro Abdul Wali, embora nunca foi acusado de assassinato mas de agressão.
Fonte: EFE