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Segunda parte do filme sobre Che Guevara chega aos cinemas

A segunda parte da biografia de Che Guevara filmada por Steven Soderbergh é a principal estreia da semana nos cinemas. Com quatro horas de duração, "Che" foi dividido em duas partes no Brasil. Na segunda, "Che 2 – A Guerrilha", Soderbergh continua a saga de Ernesto Che Guevara. A sequência, ambientada em 1966, retrata a passagem de Che pelas selvas bolivianas a fim de promover a justiça social através da luta armada e espalhar a revolução a outros países.

O filme, que rendeu prêmio em Cannes a Benício Del Toro pela interpretação de Guevara, faz um retrato desta incursão, que culminou com sua prisão e morte. Rodrigo Santoro faz Raul Castro, o atual presidente cubano.

A primeira parte do filme foi exibida nos cinemas em março e já lançada em DVD e focou a formação do grupo que viria liderar a Revolução Cubana.

"Che 2" começa exatamente onde o outro filme termina. Fidel e seus companheiros livraram Cuba do presidente Fulgêncio Batista. Agora, eles estão (e são) o governo. Alguns homens que lutaram na guerrilha estão exercendo funções burocráticas (são ministros, secretários, etc). Mas Che não quer repousar em um gabinete. Mesmo com as ressalvas dos companheiros cubanos, Che parte para Bolívia.

Neste ponto reside a diferença básica entre os dois filmes. O primeiro Che contou a história de um sucesso, as glórias de um grupo nascido em torno de um ideal. Apesar de problemas pontuais, Fidel, Che e outros personagens da Revolução tiveram uma jornada quase implacável de conquistas. Em "Che 2", a sorte vira de lado. O filme é implacável. O que assistimos é a queda vertiginosa de um herói, a desconstrução do personagem invencível criado (com solidez por Del Toro) no primeiro filme.

O partido comunista boliviano não apoia os métodos de Che; os guerrilheiros locais não têm a mesma disciplina dos seus pares cubanos; uma crise de asma quase derruba Guevara e os americanos estão mais empenhados em capturá-lo. Tantos fracassos só podiam terminar em sua morte.

Benicio vive Che com tanta intensidade que sua decadência é percebida como um processo físico e até espiritual. A palavra ‘impressionante’ não vai soar banal se for empregada para descrever seus momentos finais na pele de Guevara. Por outro lado, o filme não traz revelações ou novidades históricas (nem se detém em análises sobre o mito).

Veja abaixo o trailer do filme:

Com agências