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DJ Spaiq “O Veneno do Suíça”

O Hip-Hop a Lápis foi até Santo André no ABC Paulista e conversou com DJ Spaiq apelidado “O Veneno do Suíça”. Bairro onde ele mora na periferia andreense, ele foi finalista do Premio Hutúz em 2007 e atualmente é DJ do rapper Thaide.

DJ Spaiq

Por: Beto Teoria

Hip-Hop a Lápis: No contexto do hip-hop te dando a opção de 4 elementos, porque você escolheu ser DJ?
DJ Spaiq: Eu desde moleque por influencia da família sempre ouvi música, e eu gostava de ficar mexendo numa vitrola que meu pai tinha, mexendo nos discos, essas coisas e tal e muitas vezes cheguei até a estragar agulhas, quebrar a correia dela, brincando de “riscar” os discos. Tive a influencia de um parceiro da quebrada que se chamava Américo que era DJ de música eletrônica. Eu sempre gostava de ver ele mexer, e ai neste interesse eu perguntava como funciona, pedia dicas sobre o que era os equipamentos e esse gosto foi se desenrolando, e ai eu fui correr atrás do meu interesse e tal.

Os equipamentos de DJ’s e os eletrônicos em geral são caros como foi a batalha para adquirir os primeiros equipamentos profissionais?
Eu já olhei carro, trabalhei na madruga 5 anos com uma kombi entregando jornal nas bancas também, cortei cabelo, varias coisas pra juntar uma grana e ir comprando aos poucos.

Anos atrás você trabalhava na madruga entregando jornal e hoje trabalha na madruga fazendo festas e show’s, como é este antes e depois na sua vida?
Mudou muita coisa né mano!? Antes eu tinha que fazer os show e depois ir trampa dividir meu tempo com a música, família, trampo, num era fácil não. Mas hoje eu me vejo com a possibilidade de trabalhar mais com o movimento, fazendo festas nos botes, viajando, tenho um corre com o parceiro Pele Branca também, então mudou muita coisa.

Alguns DJ’s da atualidade usam mais CDJ’s alguns mais modernos o Cerato, porque você optou em dar preferência ao vinil?
Porque até hoje tive condições de comprar o vinil, porque ele é caro né mano, mas as coisas tá evoluindo. Tem o Cerato, o Conective e tal e as vezes num dá pro cara manter os custos de vida, família e tal e ficar comprando um vinil que as vezes custa 40, 50, 60 conto e as vezes é um single com apenas uma música. Então é melhor optar pra estas possibilidades digitais que tem um custo menor, e eu também até pelo avanço profissional que a gente tem que ter, logo mais vou tá adquirindo também.

O que você destacaria que foi importante nestes 14 anos de estrada para o seu sucesso como DJ hoje?
Primeiramente Deus née, depois minha família que sempre deu apoio, minha força de vontade, procurar ser criativo e sempre acreditar em você mesmo e ser original.

Em 1997 você foi uns dos Fundadores da Associação Cultural Negroatividades em Santo André e hoje também e membro da Nação Hip Hop Brasil, porque você é apoiador destas posses, iniciativas e organizações?
Cara! é sempre mais uma soma verdadeira, um movimento verdadeiro que tá ai pra ajudar o movimento a crescer, a se organizar e ajudar o próximo, pra mim é isso! muito simples e claro.

Na inicio da carreira você trabalhou com alguns grupos de rap, fez parte de outros e tal, o que é hoje estar ao lado do rapper Thaide, uns dos pioneiros do movimento?
Eu sempre fui admirador da dupla Thaide e DJ Hum, eu ia aos shows e tal, admirava os caras e eles sempre foram referencia pra gente né mano, hoje tá ao lado de um cara com o Thaide é especial sem dúvida nenhuma né tio, mas eu acredito no meu trabalho e tô tranqüilo.

No dia a dia o que você gosta de ouvir? Quais são as suas referências músicais?
Eu gosto de ouvir música boa, de vários artistas e tal! Desde James Brown até as mais atuais, mas tenho uma preferência pelos trampos dos DJ’s como os trampos do DJ Premier, DJ Jazzy Jeff, gosto do Krs One também, curto vários.

Quais são seus trabalhos atuais e seus projetos futuros? O que você poderia adiantar pra gente?
Eu to dando aula numa ONG no bairro do Belém em São Paulo pra molecada, além de fazer os corres com o rapper Thaide também faço discotecagem na noite em algumas festas e tal, to trabalhando num CD que to lançando “DJ Spaiq e Pele Branca” e por ai as coisas seguem e a gente vai trabalhando.

Fala um pouco mais sobre as aulas de DJ que você faz lá na ONG, e que recado você daria para quem está começando ou sonha em ser DJ.
Eu dou aula pra molecada mais carente, na antiga também em 2000 dei aula na Febem e ví que é importante dar uma atenção pra essa molecada. Eu aprendi muito com eles também, acho importante passar pros moleques as coisas da vida, nossa experiências, porque muitos deles tem talento e o que falta às vezes é só um incentivo. E pra quem tá começando e gosta da discotecagem minha dica principal é acreditar em você mesmo, ser persistente, original, e sempre respeitar e pedir orientação para os mais velhos.

Mais sobre DJ Spaiq acesse: http://www.myspace.com/djspaiqepelebranca

Beto Teoria: Rapper e Produtor Cultural, Membro da Nação Hip Hop Brasil
e da Equipe Hip Hop a Lápis, Blog: www.betoteoria.blogspot.com