Parlamentares brasileiros tentarão entrar em Honduras
A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta (23) a criação de uma comissão externa com a finalidade de visitar a embaixada brasileira em Tegucigalpa, capital de Honduras. O local abriga o presidente deposto daquele país Manuel Zelaya, afastado do poder no dia 28 de junho por um golpe militar. A proposta, de autoria de Ivan Valente (PSOL-SP), ainda irá a votos pelo plenário da Câmara.
Publicado 23/09/2009 19:51

O presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), já acolheu a sugestão na noite desta terça (22) quando requerimento de igual teor foi aprovado. Temer acredita que a comissão externa poderá ser mista, ou seja, incluíndo senadores.
“A proposta tem o objetivo de viabilizar a criação urgente de comissão (…) em face de risco iminente dos interesses brasileiros, entre eles a preservação da integridade da representação do nosso território”, justificou Ivan Valente.
Segundo ele, o cerco à embaixada põe em risco o seu funcionamento e a integridade física dos funcionários. “Não temos dúvida que a representação do povo brasileiro, plenamente exercida por esta Casa, deve tomar providências firmes de forma a garantir a continuidade do aprofundamento democrático na América do Sul”, diz.
Além de Ivan Valente, vão compor a comissão os deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Marcondes Gadelha (PSB-PB), Maurício Rands (PT-PE), Claudio Cajado (DEM-BA) e Bruno Araújo (PSDB-PE).
Numa reunião nesta quarta à noite, os parlamentares da comissão decidiram que se não for permitida a entrada deles no país, uma vez que o Brasil não reconhece o governo golpista, eles seguirão à Guatemala, país fronteiriço com Honduras. Os contatos com aquele país serão feitos por Maurício Rands. Já Jungmann tentará a permissão com os golpistas.
Ato na embaixada hondurenha
Deputados e senadores do PSOL, PT, PCdoB, PDT e PSB fizeram ato nesta quarta em frente à embaixada da Honduras. Além do protesto contra o afastamento de Zelaya do poder, os parlamentares criticaram o cerco militar sobra a embaixada brasileira. Estiveram presentes integrantes do MST e Via Campesina.
Eles entregaram na embaixada um manifesto de solidariedade ao povo hondurenho. “Nós entregamos um documento que reafirma não só o nosso compromisso com a defesa da democracia como também o repúdio às agressões contra a representação brasileira em Tegucigalpa”, disse Manuela d´Ávila (PCdoB-RS).
Além de Manuela, estiveram presentes Jô Moraes (PCdoB-MG), Lídice da Mata (PSB-BA), Ivan Valente, Chico Alencar (PSOL-RJ), Nazareno Fonteles (PT-PI), Nilson Mourão (PT-AC), Luiz Couto (PT-PB), Maurício Rands, Pompeo de Mattos (PDT-RS), Domingos Dutra (PT-MA), Fernando Ferro (PT-PE) e o senador José Nery (PSOL-PA).
De Brasília,
Iram Alfaia