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Conselho de Segurança da ONU deve discutir Honduras

A França expressou nesta quinta (24) seu apoio à solicitação do Brasil para que o Conselho de Segurança da ONU analise a crise em Honduras e a situação do deposto presidente Manuel Zelaya, abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa. O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ian Kelly, já havia dito no dia anterior que o governo americano está pensando “de forma positiva” em debater o tema no Conselho. A questão pode ser abordada amanhã (25) pelo organismo.

“O governo brasileiro solicitou formalmente ao Conselho de Segurança que se reúna para discutir a segurança do presidente Zelaya e da embaixada brasileira. Ainda não temos detalhes sobre quando exatamente o encontro vai ocorrer, mas estamos avaliando de forma positiva”, afirmou Kelly, ontem.

Já a porta-voz do MInistério de Assuntos Exteriores da França, Christine Fages, afirmou que o país "apoia a demanda do Brasil para que as questões sobre a inviolabilidade de sua embaixada e a segurança do presidente Zelaya e do pessoal diplomático brasileiro sejam abordadas no Conselho de Segurança".

Segundo ela, seu país também se soma "aos esforços do Brasil, com os quais mantemos uma estreita cooperação, para encontrar uma solução negociada a esta crise". Neste sentido, disse, a França participará das "consultas" previstas para amanhã no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, teria informado que a situação de Zelaya será discutida nesta sexta-feira (25) em reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU – hoje o organismo debate a questão da proliferação nuclear.

O Conselho é formado por 15 países, sendo que China, EUA, França, Reino Unido e Rússia são membros permanentes. Uma resolução da entidade, ainda que leve um tempo considerável para ser tomada, tem grande significado e pode aumentar muito a pressão sobre o governo interino de Honduras, comandado por Roberto Micheletti.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi quem formulou a solicitação para convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para avaliar a crise hondurenha, em espcial depois que o governo golpista cortou a água, a luz e o telefone da embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde Zelaya está abrigado.

Lula

Ontem, Lula afirmou que o Brasil apóia a permanência por tempo indeterminado de Zelaya na embaixada brasileira. Lula disse ainda que "nnão precisamos gastar meia palavra para falar do que aconteceu em Honduras. O presidente eleito foi retirado de sua casa de madrugada à força. Esse presidente resolveu voltar ao seu país. Nós queremos que ele fique com garantias lá e queremos que os golpistas não façam nada com a embaixada brasileira. Isso faz parte de convenções internacionais."

Lula chegou a dizer que a nomenclatura "governo de fato" não se adequa ao governo de Roberto Micheletti. "Vocês estão sofisticando o golpismo", disse aos jornalistas. Durante jantar de encerramento da reunião do clima anteontem, Lula combinou de conversar sobre a situação de Honduras com o presidente dos EUA, Barack Obama, na reunião do G20, que começa hoje em Pittsburgh.

Lula reiterou que a comunidade internacional não pode deixar que o caso de Honduras abra um precedente para outros golpes na América Central. Segundo ele, a direita não estava acostumada a perder eleições e, caso não sejam tomadas providências para resolver a situação em Honduras, isso poderia estimular que vizinhos seguissem o mesmo caminho.

o presidente colocou que, caso o governo golpista insista em conduzir eleições em novembro, o resultado não será respeitado pela comunidade internacional. Afirmou ainda que Zelaya já cedeu muito nas negociações e que os golpistas parecem se sentir inatingíveis.

Com agências

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