PCdoB de BH reúne 800 militantes e realiza Conferência

O Partido Comunista do Brasil de Belo Horizonte realizou neste domingo (27/09) a sua 11ª Conferência Municipal, como etapa preparatória do 12º Congresso Nacional. Participaram da plenária final 130 delegados, que representaram mais de 800 militantes que se reuniram na base. No final do evento foi eleita a nova direção do Comitê Municipal, que terá como presidente Dalva Stela, uma experiente e respeitada militante que foi a secretária da regional Leste da Prefeitura nas últimas administrações.

No ato de abertura, o principal debate girou em torno do papel dos comunistas na última eleição municipal de 2008, quando o PCdoB lançou a deputada federal Jô Moraes como candidata a prefeita, alcançando a terceira colocação, depois de ter liderado as pesquisas por vários meses. Segundo o presidente do PCdoB municipal Zito Vieira, foi um grande feito, levando-se em conta os pequenos recursos materiais e o pequeno tempo de TV e rádio. Zito falou que apesar do resultado, o partido saiu unido e que nenhum militante saiu das fileiras comunistas.

A principal estrela da abertura foi o locutor da Rádio Itatiaia, Mário Henrique Caixa, que filiado há mais de seis anos no Partido, será um dos candidatos a deputado estadual na chapa própria preparada pelos comunistas. Caixa, como é conhecido em função da forma em que narra os gols na principal emissora mineira, relatou a “alegria e satisfação de ser filiado ao PCdoB” e da pressão que sofre de outras legendas para se transferir. Apesar da pressão, Caixa falou da firmeza da opção feita há anos e da certeza do sucesso da legenda nas próximas eleições.

Outros pré-candidatos para as próximas eleições também marcaram presença. Além dos atuais deputados Jô Moraes e Carlin, participaram também Rubens Schroder, pré-candidato à deputado federal Gilson Reis, presidente da CTB-Minas, postulante a uma vaga na Assembleia Legislativa, assim como o presidente do Comitê cessante Zito Vieira.

Firmeza

A deputada Jô Moraes, que também é a presidente do Comitê Estadual do PCdoB, comentou que a firmeza expressa pelo Caixa é a mesma dos milhares de comunistas da capital e do interior de Minas, que apesar de todas adversidades continua firme na luta pelo socialismo. O deputado estadual do PCdoB Carlin Moura ressaltou a importância política do momento em que se realiza o Congresso do PCdoB, em que a nação se prepara para um importante embate eleitoral, em que serão confrontados os projetos de desenvolvimento. “Estamos debatendo em todo o Brasil o reforço de um novo projeto de desenvolvimento, que é uma condição para a construção do socialismo no país”.

Após a abertura, foram apresentadas as teses que conduzem o debate no processo congressual. Para fazer a apresentação, veio de São Paulo o secretário de formação do Comitê Central Adalberto Monteiro. O dirigente chamou a atenção para a importância da atualização do Programa Socialista. Monteiro lembrou que o presidente João Amazonas dizia que o programa é a nossa alma, é o instrumento para nos apresentarmos para a sociedade. Poeta que é, Adalberto fez uso de várias metáforas para traduzir os complexos textos da tese para um plenário que contava com muitos militantes recém-chegados no PCdoB. “O capitalismo não vai sair da história de morte morrida, tem que ser de morte matada”. “O socialismo no tempo histórico é como aquela criança que corre aqui no plenário”.

No final do evento, o mais antigo filiado do PCdoB em Minas, Wellington Gomes, prestou uma homenagem ao militante Seu Garcia, que faleceu em julho passado. “Seu Garcia era um militante exemplar, que dedicou sua vida a luta pelo socialismo, primeiro como militante do PCB e quando este se transformou em PPS, como militante do nosso Partido”.

Depois do demorado processo de votação, o presidente do Comitê que terminou o mandato, Zito Vieira chamou a militante Dalva Stela para pela primeira vez se pronunciar como presidente eleita. Ela agradeceu a todos que construiram o difícil processo da Conferência, mas que mostrou a força do PCdoB na cidade.

De Belo Horizonte,
Kerison Lopes