BC revela: rentistas levam quase o mesmo do social
Gastos sociais somam R$ 290 bi. Gastança com juros, R$ 268 bi. É que mostra Relatório de Inflação do Banco Central (BC) acusa os gastos sociais de estarem crescendo demais, por terem atingido, segundo o BC, R$ 268 bilhões nos últimos 12 meses terminados em junho de 2009.
Publicado 01/10/2009 16:55
No entanto, análise feita pela Auditoria Cidadã da Dívida a partir de dados do Tesouro Nacional concluiu que os juros e as amortizações da dívida pública consumiram R$ 290 bilhões no mesmo período, sem considerar a chamada "rolagem", ou seja, o pagamento de amortizações por meio da emissão de novos títulos. Apesar de os valores serem equivalentes, a economista Denise Gentil, da UFRJ, enfatiza a diferença qualitativa entre as duas despesas.
"O gasto com juros não cria riqueza nem tem uso produtivo. É apropriado por uma elite da sociedade, que já que tem poupança. Ou seja, essa renda vai apenas se adicionar a uma riqueza pré-existente. Além de aumentar a concentração de renda, impede que esses recursos entrem em circulação para gerar emprego e renda, portanto não criam riqueza", analisa Denise.
A especialista lembra ainda que, com juros mais baixos, o Brasil se recuperaria mais rapidamente da crise. "Já o gasto social cria renda nas mãos de quem não tem. Vira consumo, que vai estimular a produção, que vai demandar mais mão-de-obra. Cria um dinamismo na economia, além de resolver um problema social", salienta.
Além disso, a professora da UFRJ observa que, diferentemente da gastança com juros, os gastos sociais implicam criação imediata de receita tributária, "enquanto os ativos financeiros são muito pouco tributados no Brasil".
A informação é do Monitor Mercantil