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FMI: Índia e China lideram na Asia; Brasil cresce mais na AL

A China e a Índia vão liderar a expansão econômica asiática, graças às medidas de estímulo domésticas sobre a demanda, indica nesta quinta-feira o relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O crescimento ganhará força na Ásia no segundo semestre de 2009, formando a base para uma "recuperação geral moderada em 2010", quando a demanda dos países industrializados deve se fortalecer, destacou o documento sobre as previsões econômicas mundiais.A China terá um crescimento de 8,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2009 (contra 9% em 2008), e Índia de 5,4% (7,3% em 2008).

Segundo o FMI, a China crescerá 9% e a Índia, 6,4%, no próximo ano. O crescimento dos dois gigantes se sustenta em uma ampla política de estímulo que impulsiona a demanda interna, destacou o FMI em seu estudo, "A recuperação nas economias emergentes e nas economias industrializadas é liderada pelo ressurgimento na Ásia, mais particularmente na China e na Índia, impulsionada pela política de estímulo e uma virada no ciclo mundial das manufaturas", acrescentou o Fundo.

Se a China e a Índia parecem resistir bem aos embates da crise, a situação não é tão favorável no Japão. A atividade na grande potência asiática deve cair 5,4% em 2009, embora o estímulo fiscal e uma pequena alta das exportações permitirão recuperar o crescimento no segundo semestre do ano e darão origem a uma expansão de 1,7% do PIB em 2010.

Mas dada a força da recessão econômica, a inflação no Japão continuará sendo negativa até 2012, indicou o relatório. Para as economias da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), as projeções do FMI são variadas. Nas economias mais voltadas à exportação, como Malásia e Tailândia, a atividade aumentará de forma gradual na segunda metade de 2009, com um crescimento mais forte em 2010.

Estímulo

"A recuperação da atividade é sustentada por muitos fatores que poderiam ser somente temporários, como a reativação dos mercados de capitais, ajustes nas empresas, política fiscal e monetária expansionista", advertiu no entanto o FMI. "Estas forças podem não levar a uma recuperação sustentável se a atividade não for reforçada em outras regiões", continuou o documento do Fundo.

"No entanto, a polícia de estímulo na China pode sustentar a recuperação em outras partes da Ásia", acrescentou. Enquanto a economia não se recupera, o desafio é determinar quando retirar o apoio fiscal e monetário garantindo uma transição de sucesso para um crescimento mais equilibrado a médio e longo prazo, indicou o FMI.

A dependência da Ásia com relação às exportações contribui para um aumento global dos desequilíbrios e fez com que a região se tornasse vulnerável aos movimentos da demanda global. "Mas a retomada do crescimento e a volta de padrões de demanda antigos são pouco possíveis, dados os ajustes nos EUA e na Europa", considerou o FMI. Por isso, muitas economias asiáticas devem se focar na demanda internet para sustentar seu crescimento.

Brasil

O Fundo revisou para cima suas projeções de crescimento da economia brasileira para 2009 e 2010. O organismo agora prevê uma queda de 0,7% no PIB brasileiro neste ano e um aumento de 3,5% no ano que vem. As novas previsões representam um aumento de 0,6 ponto percentual em 2009 e de 1 ponto em 2010 em relação às previsões anteriores do FMI, divulgadas em julho.

O organismo também melhorou suas previsões para a economia global, com uma projeção de queda de 1,1% neste ano (melhoria de 0,3 ponto percentual em relação à previsão de julho) e de crescimento de 3,1% no ano que vem (revisão de 0,6 ponto na projeção). O FMI diz ver sinais de que a recessão global está chegando ao fim, mas adverte que a recuperação deve ser lenta e difícil.

"Após uma profunda recessão global, o crescimento econômico se tornou positivo, depois que um amplo leque de intervenções públicas impulsionou a demanda e reduziu a incerteza e o risco sistêmico nos mercados financeiros", diz o documento. "Apesar disso, a recuperação deve ser lenta, já que os sistemas financeiros permanecem debilitados, o apoio das políticas públicas terá que ser gradualmente retirado e, nas economias que sofreram quedas acentuadas nos valores de ativos, as famílias continuarão a recompor suas economias", afirma o organismo.

América Latina

O relatório do FMI observa que a economia global parece estar novamente em crescimento graças ao bom desempenho das economias asiáticas e uma estabilização ou recuperação modesta em outras regiões. O documento afirma, porém, que a atividade econômica global permanece abaixo do nível de antes da crise.

As perspectivas do FMI para a economia brasileira são melhores do que as perspectivas para a economia global e também que as previsões para a América Latina em geral. O relatório prevê uma queda de 2,5% nas economias latino-americanas em 2009 e um crescimento de 2,9% em 2010.

O México, cuja economia tem um alto nível de dependência da economia americana, deve ter uma retração de 7,3% no PIB neste ano, segundo o FMI. Para o ano que vem, a previsão é de uma alta de 3,3%. A previsão para a Argentina, que vem de vários anos seguidos de forte crescimento no PIB, é de uma queda de 2,5% em 2009 e um crescimento de 1,5% em 2010.

Com agências