Protesto marca quatro anos da morte de sapateiro

Sindicalistas lembraram nesta quarta-feira (30) os quatro anos do assassinato do sapateiro Jair Antônio da Costa, ocorrido em Sapiranga, a 51 km de Porto Alegre. Os trabalhadores se reuniram à partir das 16h30min no viaduto São Luiz, na cidade, onde fizeram um manifesto político e celebraram um ato ecumênico.

Eles criticaram a lentidão do processo, que incrimina 8 policiais militares pela morte de Jair. O presidente da Federação dos Sapateiros do Rio Grande do Sul, João Batista Xavier da Silva, diz que o sentimento que fica, é o de impunidade.

“Estivemos com uma atividade no viaduto em que ele [Jair] foi assassinado para denunciar à sociedade o que está acontecendo. A polícia matou e até hoje não houve julgamento. Os policiais que mataram Jair estão livres. 1’49 Esse crime não pode ficar impune. Pra nós, isso é uma enrolação pela Justiça. Os caras matam um trabalhador e nem vão a julgamento”, diz.

Jair Antônio da Costa foi morto em Setembro de 2005, durante protesto de sapateiros contra as demissões do setor no Vale do Sinos. A manifestação já estava no final, quando os policiais imobilizaram Jair sob a acusação de ter roubado a chave de uma moto da polícia e o colocaram na viatura. Na época, os brigadianos alegaram que o sindicalista reagiu e teria passado mal, morrendo no hospital. A chave supostamente roubada nunca foi encontrada.

Dos 12 policiais envolvidos, 8 se tornaram réus e receberam a sentença de serem levados a juri. Eles estão na fase de recorrer da decisão. Os trâmites do processo ainda podem levar mais dois anos até chegar ao julgamento propriamente dito. Os brigadianos réus foram transferidos, mas ainda trabalham na corporação.

FONTE: Agência Chasque