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O novo modelo de crescimento econômico da China

Durante a década de 1820, a economia chinesa constituía quase 30% da economia mundial, mas, em continuação, encontrou-se marginalizada, para retornar ao proscênio, de forma impiedosa, nos últimos anos.

Por Lee Wong, no Monitor Mercantil

Em 2010, por exemplo, economistas profissionais — inclusive ocidentais — avaliam que contribuirá ao ritmo de crescimento do Produto Interno Mundial (PIB) em 0,93%, enquanto, a contribuição dos EUA, Japão e das cinco economias top da Zona do Euro não será superior a 0,88%.

Porém, apesar de tudo isso, Nick Scott, da Black Rock, se questiona se na nova, depois da crise, época — conforme os ocidentais descobrem, por mais uma vez, o valor da poupança e conscientizam-se de que a festa da expansão de crédito acabou — o florescimento econômico da China não tenha chegado ao fim.

Além disso, ocorrências do ano passado revelaram que o país tem necessidade de um modelo de crescimento econômico mais estável e, apesar da atividade exportadora ter despencado, a China conseguiu manter seus altos ritmos de crescimento, mas somente após uma injeção estatal de liquidez em volume sem precedentes.

Fim do salário baixo

A China tem, então, necessidade de uma nova força-motriz e o próximo catalisador para seu crescimento será uma conjugação de consumo interno e aumento de produtividade, o qual poderá se revelar, igualmente, eficaz com o modelo exportador do passado.

Em sentido contrário à redução da oferta de mão-de-obra barata encontra-se hoje o aumento dos salários e do poder aquisitivo dos trabalhadores. Nos próximos 15 anos, calcula-se, por exemplo, que o percentual de chineses com renda anual superior de US$ 3 mil aumentará dos atuais 20% para 80%, enquanto o aumento de consumo é intimamente ligado ao aumento de produtividade.

Assim, então, hoje, conforme o modelo de crescimento da economia chinesa está mudando e em um momento, quando até o antigo modelo de crescimento econômico mundial (com os países desenvolvidos consumindo bens provenientes dos países emergentes e estes comprando as dívidas dos países desenvolvidos) adentra em uma nova época, seria interessante os países europeus encontrarem, também, um novo modelo de crescimento econômico, porque o modelo atual — baseado nos fluxos de capitais internacionais — que financiaram a explosão de demanda interna e do consumo, tonificando os respectivos PIBs, já está morto.