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IDH brasileiro sobe mais uma vez

O Brasil melhorou suas condições socioeconômicas em 2007, frente a 2006, e está na 75ª posição no ranking do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que é liderado pela Noruega, que desbancou a Islândia. O índice brasileiro, de 0,813 é 0,007 maior que o do ano anterior, 2006.

Desde que passou a ser usado como uma medida de progresso econômico, social e humano, o Índice de Desenvolvimento Humano tem sido periodicamente tratado pelo Pnud.

O IDH brasileiro vem melhorando sistematicamente, inclusive tendo passado em 2005 para a qualificação elevada. Este ano, o Brasil surge na relação com o índice de 0,813 para o ano de 2007.

O valor inclui o Brasil no grupo considerado de alto desenvolvimento humano, com IDH entre 0,800 e 0,900. O Pnud criou este ano um grupo de elevado grau de desenvolvimento (acima de 0,900), do qual o Brasil ainda não faz parte.

O indicador da ONU reúne dados do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), educação e expectativa de vida. Os dados foram coletados antes da crise econômica mundial. A pontuação varia entre 0 e 1. Quanto mais próxima de 1, melhor é a qualidade de vida do país.

Liechtenstein e Andorra

Embora as condições socioeconômicas no país tenham melhorado, o coordenador do Pnud, Flavio Comim, explica que o Brasil aparece em 75º por dois motivos.

O primeiro, responsável pela perda de duas posições, é a entrada de Liechtenstein, Andorra e Afeganistão no ranking. Desconsiderando o Afeganistão, que aparece em penúltimo, perdendo apenas para Níger, Liechtenstein e Andorra já apareceram à frente do Brasil no levantamento: em 19º e 28º lugar respectivamente.

A diferença populacional seria um fator preponderante para isso. O Brasil tem cerca de 190 milhões de habitantes, enquanto a população dos dois países está entre 30 e 75 mil habitantes – semelhante à cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

"É como se fosse uma corrida. Alguns países aceleram no crescimento, mas há outros países que estão correndo mais. Não quer dizer que os países não estão acelerando, mas algumas nações evoluem mais rapidamente", explica Comin.

O segundo motivo é a atualização dos índices divulgados em 2008. Segundo o Pnud, todos os anos, depois de divulgar o ranking do IDH, os técnicos do Pnud fazem a atualização dos dados. Com isso, três países que apareciam atrás do Brasil antes acabaram beneficiados pela consolidação dos índices. A Rússia aparecia em 73º e foi para 71º. Dominica estava em 77º e agora aparece em 73º lugar e Granada saiu de 86º para a 74ª colocação.

No relatório divulgado nesta segunda, outra novidade foi a mudança no topo da lista. A Islândia, então na primeira colocação, caiu para terceiro, enquanto a Noruega deixou a segunda posição para assumir a liderança no ranking do IDH. Luxemburgo foi o único a perder um lugar na lista dos dez países com IDH “muito desenvolvido”. Ele deixou a 9ª colocação e agora ocupa o 11º lugar. A França, que ocupava essa posição agora aparece em 8º lugar. Japão, Islândia e Canadá também perderam posições mas permanecem nos dez mais.

Os Estados Unidos da América apareciam em 15º lugar na lista publicada no ano passado e neste ano apareceram duas posições à frente, em 13º. Na parte de baixo da tabela, o último lugar do ranking ficou com o Níger, país da África que registrou IDH de 0,340. Em penúltimo está o Afeganistão (0,352), seguido por Serra Leoa (0,365), que era o último colocado no levantamento de 2008.

O relatório mostra uma enorme discrepância entre a qualidade de vida dos habitantes dos países pertencentes ao grupo de desenvolvimento muito alto em comparação com os que têm os menores IDHs. De acordo com o relatório do Pnud, uma criança no Níger tem expectativa de vida de apenas 50 anos, 30 anos menos do que na Noruega. Além disso, para cada dólar ganho no país africano, 85 dólares são ganhos na Noruega.

Venezuela meteórica

Com uma economia de produção cada vez mais estatal, a Venezuela registra um salto marcante no seu IDH. Ocupa hoje a 58ª posição, com um IDH de 0,844, sendo que em 1998 tinha um IDH de 0,770, uma evolução marcante que foi vista até pelo vociferante senador José Agripino (DEM-RN), ao comparar a posição do IDH brasileiro com o de outros países da região.

Da redação, com agências