Jô homenageia Mercedes Sosa

Yo tengo tantos hermanosque no los puedo contar.En el valle, la montaña,en la pampa y en el mar.(…)Yo tengo tantos hermanosque no los puedo contar,y una novia muy hermosaque se llama ¡Libertad!”

mercedes sosa

“A cantora Mercedes Sosa era a voz de meu tempo. Do período da Ditadura Militar em que eu fugia da brutalidade, me escondendo em terra desconhecidas…longe da família, dos amigos. A voz dela me dava aquele sentido de pertencimento a uma pátria maior, a uma irmandade com o mesmo ideal libertário… E isso me fazia seguir em frente confiante de que estava no rumo certo”. O depoimento é da deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) sobre a importância de Mercedes Sosa, para ela e todos aqueles que lutaram contra as ditaduras militares que grassaram na América Latina, em especial no Brasil, na Argentina, terra da cantora, e no Chile.

Jô Moraes, que ainda estudante secundarista foi presa e teve de fugir de sua terra natal, Cabedelo, na Paraíba, perseguida pelo regime de exceção que assumiu o poder em 1964 e dominou o País por mais de duas décadas, lembrou comovida a influência, o poder do canto de Mercedes Sosa. A cantora morreu no domingo, dia 4, em Buenos Aires, aos 74 anos em decorrência de uma doença renal agravada por problemas hepáticos e pulmonares.

Sua história também é marcada por resistência às desigualdades sociais, às ditaduras. Em 1979 ela foi presa durante um show, assim como toda a platéia, por ordens do general Jorge Videla, titular da junta militar que tomara o poder na Argentina. Banida de seu país ela se refugiou na França onde continua a se apresentar e, a seu modo denunciar e lutar contra as muitas violências.

Aquí, a letra completa do poema “Los Hermanos” de Atahualpa Yupanqui, musicado por Pablo Del Cerro e eternizado pela voz de Mercedes Sosa:

"Yo tengo tantos hermanosque no los puedo contar.En el valle, la montaña,en la pampa y en el mar.Cada cual con sus trabajos,con sus sueños, cada cual.
Con la esperanza adelante,con los recuerdos detrás.
Yo tengo tantos hermanosque no los puedo contar.
Gente de mano calientepor eso de la amistad,Con uno lloro, pa llorarlo,con un rezo pa rezar.Con un horizonte abiertoque siempre está más allá.
Y esa fuerza pa buscarlocon tesón y voluntad.Cuando parece más cercaes cuando se aleja más.
Yo tengo tantos hermanosque no los puedo contar.Y así seguimos andandocurtidos de soledad.
Nos perdemos por el mundo,nos volvemos a encontrar.Y así nos reconocemospor el lejano mirar,por la copla que mordemos,semilla de inmensidad.
Y así, seguimos andandocurtidos de soledad.Y en nosotros nuestros muertospa que nadie quede atrás.
Yo tengo tantos hermanosque no los puedo contar,y una novia muy hermosaque se llama ¡Libertad!”