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Chanceler pede sanção dos EUA se Zelaya não for restituído

A chanceler do governo deposto de Honduras, Patrícia Rodas, pediu, nesta segunda-feira, na ONU que a comunidade internacional, especialmente os EUA, aplique mais sanções econômicas contra o país caso Manuel Zelaya não seja restituído na Presidência até 15 de outubro, mais recente data definida como limite para a negociação com o governo de fato, liderado por Roberto Micheletti.

O pedido, feito em entrevista coletiva na sede da ONU em Nova York, mostra que a equipe de Zelaya já se prepara para a possibilidade de não fechar um acordo que inclua a volta do presidnete deposto. Segundo Rodas, o ponto fundamental é que não há chance de se chegar a uma solução sem a restituição de Zelaya – "qualquer alternativa legitimaria o golpe de Estado", diz.
 
Após 15 de outubro, a equipe de Zelaya pretende voltar a pedir apoio da comunidade internacional para novas medidas e para a condenação do processo eleitoral em curso.

Segundo Rodas, os EUA têm papel essencial no debate porque representam o mercado de destino de 70% das exportações do país e também 70% dos investimentos estrangeiros em Honduras. Ela afirmou ainda que os EUA já adotaram medidas semelhantes contra regimes que tinham muito mais legitimidade do que o do governo de fato -a atuação de Washington no pós-golpe é considerada dúbia.

A ministra defendeu também a extensão do mandato de Zelaya em caso de restituição, já que ele "foi eleito para governar durante quatros anos" e que o governo de fato já "roubou mais de três meses" desse período.

Zelaya: "Não preciso de anistia"

Já o presidente deposto afirmou que nunca pediu que o acordo com os golpistas inclua a sua anistia, porque não precisa disso. A declaração foi feita após ele confirmar que esta possibilidade foi recusada durante negociação que ambos os lados – o legítimo e o golpista – mantêm desde quinta-feira (8) para solucionar a crise política no país.

"Eu não preciso de anistia. Nunca pedi isso, foram eles quem me propuseram isso", disse Zelaya, que está abrigado na embaixada brasileira desde 21 de setembro.

Depois de se reunir no domingo com seus três representantes na negociação, Zelaya afirmou que autoridades do regime de Micheletti haviam pedido ao mediador e presidente da Costa Rica Oscar Arias incluir no Acordo de São José uma anistia para delitos políticos cometidos durante a crise política.

A rejeição à anistia e a formação de um governo de unidade foram consenso para um acordo entre as partes na crise, completou a informação, Juan Barahona, líder da Frente Nacional de Resistência e um dos negociadores do lado de Zelaya. Eles que pediram isso (anistia) a Oscar Arias. Eu tenho minha consciência tranquila", disse Zelaya.

Com agências