Frente critica instransigência golpista e defende Constituinte
A Frente Nacional de Resistência contra o Golpe der Honduras emitiu, nesta terça-feira (13), um comunicado, no qual justificativa a saída de seu representante, Juan Barahona, da mesa de diálogo entre o presidente deposto, Manuel Zelaya, e os golpistas. Na nota, o grupo afirma que não quis se submeter a uma manobra do governo de fato para inviabilizar um acordo, mas que está em sintonia com Zelaya e continuará nas ruas, defendendo a restituição do presidente e a convocação da Constuinte.
Publicado 14/10/2009 15:47
A frente afirma ainda que, caso Zelaya não reassuma o poder até a quinta-feira (15), a resistência iniciará ações para desconhecer as eleições convocadas pelos golpistas para o próximo dia 29. Leia abaixo o comunicado:
1. Que retiramos o nosso colega Juan Barahona do chamado diálogo Guaymuras. O camarada Barahona atuou como representante da Frente Nacional de Resistência contra o Golpe na delegação do presidente Zelaya no diálogo.
A delegação golpista, em um típico ato de intransigência para impedir o avanço das negociações, tentou paralisar o diálogo, recusando-se a aceitar que o nosso representante aceitara com reserva o acordo nº3, referente à renúncia à instalação da Assembléia Nacional Constituinte, pois, na reserva, queríamos afirmar que a nossa frente não renuncia nem renunciará à luta por essa demanda, que é a demanda do povo hondurenho.
Conscientes de que esta foi uma manobra para inviabilizar o diálogo, utilizando qualquer pretexto, já que a assinatura do acordo com reservas havia sido sugerido por eles mesmos em uma reunião anterior, decidimos não nos prestarmos a essa manobra e por isso tomamos essa decisão, deixando o presidente Zelaya livre para substituí-lo por outro representante de sua confiança. Nesse sentido, foi escolhido o advogado Rivera Rodil como parte da comissão de presidente Zelaya no lugar da nossa representação.
2. Isto significa que a Frente Nacional de Resistência contra o golpe Guaymuras sai do diálogo Guaymuras e que seguiremos lutando na rua pelas demandas que surgiram a partir de 28 de Junho: pelo regresso à ordem constitucional, o retorno do presidente Zelaya ao seu cargo e a convocação de uma Assembléia Constituinte.
3. Manifestamos que respeitamos a decisão do nosso presidente se ele decidir assinar o Acordo de San José, mesmo com todas as suas condicionalidades, e declaramos que temos plena sintonia com ele, quanto a exigir dos golpistas a assinatura de um acordo pelo qual deixem o poder e lhe seja devolvido o cargo de presidente da república.
4. Advertimos aos conspiradores que, caso não se consiga a assinatura de um acordo para devolver a cadeira ao seu legítimo proprietário, antes de 15 de outubro, a Resistência a nível nacional iniciará ações para desconhecer a farsa eleitoral que pretendem montar para o 29 de novembro próximo.
5. Fazemos um chamado aos setores populares a redobrar os esforços para derrotar a ditadura empresarial-militar, exigindo o fim da repressão, a revogação dos decretos que restringem as garantias constitucionais, a liberdade dos presos políticos e o término da censura contra a Rádio Globo, Canal 36 e outros meios de comunicação e jornalistas independentes.
"A 108 dias de luta, aqui ninguém se rende"
Tegucigalpa, 13 de outubro de 2009