Cuba faz gesto em direção a EUA: diplomatas podem visitar presos
Cuba deu outro pequeno passo em direção a uma melhor relação com seu maior inimigo nos últimos sessenta anos, os Estados Unidos. O governo de Raúl Castro decidiu permitir o acesso consular norte-americano aos cidadãos cubano-estadunidenses detidos na ilha. Até então, os diplomatas da outra costa só podiam ter contato com os presos estadunidenses, mas não com os cubanos que possuem dupla cidadania.
Publicado 16/10/2009 12:20
Segundo explicou um dos porta-vozes do Departamento de Estado, funcionários do país do Norte poderão visitar os presos a cada três meses. De acordo com as estimativas do Departamento de Estado norte-americano, há 19 cidadãos estadunidenses detidos na ilha, dos quais dez ou onze seriam cubanos com dupla nacionalidade.
O governo cubano havia anunciado sua decisão durante a visita qie a subsecretária adjunta para a América Latina, Bisa Williams, fez a ilha no mês passado. Sua estada passou quase despercebida na imprensa cubana e internacional, mas, politicamente, significou um novo gesto de confiança de ambas as nações. Foi a visita governamental norte-americana de maior nível em Havana, nos últimos seis anos.
Sua missão oficial foi impulsionar as negociações sobre o restabelecimento do correio entre a ilha e seu vizinho do norte. Entretanto, os cubanos trataram de aproveitar a visita ao máximo. O governo da ilha não só passeou com a funcionária por Havana, mas a levou à parte ocidental de Cuba, para mostrar-lhe a devastação que deixou a temporada de furações do ano passado. Em meio aos passeios e reuniões, o governo cubano anunciou que, como vinha pedindo Washington, permitiria acesso diplomático a todos os detidos estadunidenses.
O gesto não foi aleatório. O governo de barack Obama está sendo pressionado por aliados e críticos, para levantar todas as restrições às viagens à ilha. Desde que assumiu, o mandatário e agora prêmio Nobel da Paz suspendeu as restrições a viagens de familiares e envios de remessas a Cuba. Desde então, na Casa Branca, não se descarta dar mais passos até uam reconciliação, ainda que, por hora, não se pense em levantar o bloqueio comercial que criaram há quase meio século para sufocar o governo castrista.
Fonte: Página 12