Karzai aceita segundo turno em eleição no Afeganistão

"O 2° turno será em 7 de novembro. O motivo é que a votação em Karzai foi de 49,67% e não superou os 50%", disse Noor Mohammad Noor, porta-voz da Comissão Eleitoral Afegã (CEA), apontada pelo governo.

O presidente afirmou após o anúncio que a decisão da CEA era "legítima, legal e constitucional", aceitando a realização do segundo turno, um dia depois da Comissão de Queixas Eleitorais, patrocinada pela ONU e Estados Unidos, invalidar dezenas de milhares de votos que poderiam lhe dar a vitória em primeiro turno.

Houve suspeitas de fraude generalizada na votação de 20 de agosto, e o impasse pós-eleitoral gerou tensão entre Karzai e seus aliados ocidentais, além de complicar a definição de uma nova estratégia militar estadunidense no país, que pode resultar no envio de dezenas de milhares de soldados adicionais.

A Comissão Eleitoral Afegã anunciou a realização do 2° turno depois de ter recebido na véspera um relatório da Comissão de Queixas Eleitorais (CQE), subordinada à ONU, que investigou as suspeitas de fraude.

Observadores eleitorais e diplomatas estrangeiros disseram na segunda-feira que, depois das impugnações do CQE, a votação total de Karzai tinha caído de 54,6 para 48,3%, o que levaria à necessidade de segundo turno contra Abdullah, cuja votação subiu de cerca de 28 para 31%.

Hillary comemora

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, comemorou efusivamente o anúncio do segundo turno. Em comunicado distribuido pelo Departamento de Estado americano, Hillary disse que, após "muitas semanas" de apuração de votos e do debate gerado pela suposta fraude, os afegãos "mostraram que seu processo (eleitoral) funciona".

Hillary mostrou-se muito satisfeita por Karzai ter aceitado o veredicto da Comissão de Queixas Eleitorais e a declaração da Comissão Eleitoral sobre os resultados do primeiro turno das eleições, realizadas em 20 de agosto.

Da redação, com agências