Jô apela por aumento real para trabalhadores

Em pronunciamento ontem (21) no plenário da Câmara, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) falou do momento de expansão por que passa o Brasil e apelou aos empresários do setor de metalurgia e siderurgia de Minas Gerais para uma visão mais ampla da situação. Especificamente no tocante à campanha salarial das duas categorias.

Jo Moraes

“Quero aproveitar a oportunidade para fazer um apelo às indústrias metalúrgicas e siderúrgicas do meu Estado — FIAT, Mannesmann, Teksid, Belgo Mineira — para que ajudem a construir uma alternativa salarial para esses trabalhadores de Minas Gerais. Sem dúvida nenhuma queremos uma FIAT e uma Mannesmann fortes, mas, sobretudo, queremos que entendam que, para serem fortes, precisam compensar a energia transformadora dos seus trabalhadores”, afirmou.

A deputada solicitou um entendimento em relação à demanda de aumento real dos salários para essas categorias profissionais, antes de qualquer decisão judicial, já que há perspectivas de a questão ir para dissídio coletivo.


Campanha

Em campanha unificada, os trabalhadores, que têm data-base em 1º de outubro reivindicam aumento real de 10%, abono de um salário nominal, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e melhorias nas cláusulas sociais da convenção coletiva de trabalho. São cerca de 40 mil trabalhadores do setor em Minas.

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que representa os patrões, oferece reajuste de 4,3% dividido em duas vezes (outubro e a outra em janeiro de 2010); piso de ingresso de R$ 512,80 e se mostra irredutível quanto ao abono e aumento real reivindicados. Uma intransigência que levou a categoria a paralisar o trânsito na BR-381 que liga Minas a São Paulo por duas vezes, a última com o registro de tumulto em decorrência de agressões sofridas pela diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Jussara Albuquerque. O protesto, que reuniu trabalhadores das empresas de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas, além de sindicalistas e representantes das categorias de outras partes da região metropolitana, também provocou engarrafamentos, já que foram fechadas todas as pistas da rodovia na altura da montadora Fiat.

Outra forma de mobilização e pressão dos trabalhadores está se dando através de manifestações nos portões das fábricas, nas trocas de turnos, não estando descartados novos fechamentos de trechos de rodovias. Conforme Marcelino Rocha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, “estas são as formas encontradas para pressionar o patronato a modificar sua proposta, que está muito aquém dos reajustes alcançados pelos metalúrgicos em outras regiões do País”. disse.