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CMS dá prioridade a Marcha da Classe Trabalhadora e pré-sal

A discussão sobre a as possibilidades e contradições presentes no debate do pré-sal, as linhas gerais da plataforma dos movimentos sociais para as eleições 2010 e a conjuntura nacional foram os temas que abriram a 7ª Plenária Nacional da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) nesta sexta-feira (23/10), em São Paulo, com a presença de 115 participantes vindos de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Mato Grosso, Pará e Goiás.

A mesa de abertura, com o tema da conjuntura nacional, foi composta por João Pedro Stédile (MST), Augusto Chagas (UNE), João Antônio de Moraes (FUP) e Carlos Pereira (CGTB). A preocupação com a questão do petróleo norteou as intervenções. Para os presentes, a garantia de destinação de recursos no pré-sal em investimentos para o desenvolvimento nacional e a reavaliação do formato dos leilões são prioridades nesse momento.

Para o presidente da UNE, Augusto Chagas, "os movimentos sociais reivindicam que o debate sobre o pré-sal seja democratizado, pois estamos preocupados em enfrentar os setores conservadores. Nosso desafio é garantir que os recursos advindos do pré-sal sievam aos interesses nacionais e ao conjunto do povo".  O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na CMS, Antônio Carlos Spis, também ressaltou a importância de realizar mobilizações em torno da questão do pré-sal.

Spis considera que é o momento dos movimentos sociais aprofundarem o debate sobre as eleições 2010 para sistematizar plataforma dos movimentos sociais para a disputa política que ocorrerá. O cutista valorizou a atuação das CMS estaduais e acredita que este instrumento deve ser construído nos estados que ainda não articularam a Coordenação.

Eleições 2010

O diretor do Centro Brasileiro de Luta pela Paz (Cebrapaz) Rubens Diniz acredita que as entidades têm um desafio a enfrentar em 2010. "Nosso esforço é para que em 2010 os movimentos sociais se coloquem como atores no processo político que estará em disputa", defendeu Rubens. Em linha similar, o presidente da UNE disse considerar que o Brasil vive um período de avanços que são conquistas dos movimentos sociais, mas há pautas em que ainda é necessário avançar, como a democratização da comunicação no país, a alteração do modelo de desenvolvimento econômico, a necessidade de mudanças no sistema partidário e a questão agrária.

Augusto ressaltou ainda o desafio de melhorar os índices da educação: "embora tenha havido importantes investimentos na universidade pública e em outras áreas da educação, vivemos em um país em que as escolas públicas não têm quadras e laboratórios, em que a média de escolaridade da população adulta é de 7 anos, onde há 14 milhões de analfabetos e onde os professores são desvalorizados, com condições precárias de trabalho. Temos que passar por uma revolução, uma mudança profunda na educação".

Após a mesa da manhã, foram passados informes especiais sobre as atividades do Fórum Social Mundial 2010; Conferência Nacional de Comunicação; Conferência Nacional de Educação; luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais; proliferação de bases militares estadunidenses; atividades do dia da consciência negra, em 20 de novembro; sobre a possibilidade de instalação de uma CPI do aborto; e a prioritária discussão da continuidade do Projeto Brasil, elaborado em 2006 com o propósito de apontar as posições e intervenções da CMS sobre o momento político.

Marcha da Classe trabalhadora é prioridade

Fórum Social Mundial 2010; Conferência Nacional de Comunicação; Conferência Nacional de Educação; luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais; proliferação de bases militares estadunidenses e a prioritária discussão da continuidade do Projeto Brasil — elaborado em 2006, com o propósito de apontar as posições e intervenções da CMS sobre o atual momento político.

A agenda política que será organizada em reunião da comissão operativa da CMS com base nos informes especiais e também nos informes dos estados, tem como prioridade a 6ª Marcha da Classe Trabalhadora, convocada pelas centrais sindicais para o dia 11 de novembro em Brasília. A pauta da marcha é a aprovação do projeto de lei que reduz a jornada de trabalho semanal de 44h para 40h, sem redução de salários, mas a plenária da CMS incluiu também a questão do pré-sal na pauta.

De São Paulo, Luana Bonone, com informações da CTB