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Mostra de filmes sobre direitos humanos chega à Brasília

A 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, evento agendado para o período de 5 de outubro a 10 de novembro em 16 capitais brasileiras, começou nesta segunda-feira (26) em Brasília. O filme “O Cavaleiro Negro” de Ulf Hultberg e Åsa Faringer, exibido ontem no Centro Cultural Banco do Brasil, deu início ao evento que prossegue até sábado (1o de novembro).

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Entre os destaques da programação está o longa-metragem “Histórias de Direitos Humanos”, com 22 episódios de três minutos cada, assinados pelo argentino Pablo Trapero, o chinês Jia Zhang Ke, o tailandês Apichatpong Weerasethakul e o realizador de Burkina Faso, Idrissa Ouédraogo, além da dupla brasileira Walter Salles e Daniela Thomas.

Outras grandes produções também merecem atenção, como o longa inédito no circuito comercial “Entre A Luz e a Sombra”, de Luciana Burlamaqui, “Esse Homem Vai Morrer: Um Faroeste Caboclo”, de Emílio Gallo, o documentário colombiano “Bagatela – A Necessidade Tem Cara de Cachorro”, de Jorge Caballero, entre tantos outros.

Além de “Histórias de Direitos Humanos” e “O Cavaleiro Negro”, a Mostra exibirá na íntegra a minissérie televisiva “Trago Comigo”, na qual a diretora Tata Amaral mistura ficção e realidade para abordar a ditadura militar no Brasil. Protagonizada por Carlos Alberto Riccelli, a obra traça um painel do ambiente social e político da época, intercalando depoimentos documentais de presos políticos que foram torturados.

Fora de circulação

O evento inclui ainda em sua programação a Retrospectiva Histórica de 2009, que reúne produções realizadas de 1949 a 1998, destacando nomes expressivos da cinematografia da região. É o caso do chileno Raúl Ruiz, que realizou “O Realismo Socialista” em 1973, e do peruano Francisco J. Lombardi, autor do sucesso “Não Conte a Ninguém” (1998).

Dois longas-metragens brasileiros, que estão fora de circulação, são recuperados pela programação: “Crueldade Mortal” (Luiz Paulino dos Santos, 1976), através de uma brilhante atuação de Joffre Soares, aborda questões ligadas ao idoso, tortura e segurança pública, enquanto que “Também Somos Irmãos” (José Carlos Burle, 1949), com elenco liderado por Grande Otelo, é considerado por estudiosos como o filme mais importante sobre a questão racial feito no Brasil.

Homenagem aos índios

Considerado projeto precursor na área de produção audiovisual dos índios no Brasil, o Vídeo nas Aldeias é foco da Homenagem desta edição. Criado em 1987, a partir de um experimento realizado por Vincent Carelli entre os índios Nambiquara, quando estes eram filmados e depois assistiam a suas próprias imagens, o projeto tornou-se um centro de produção de vídeos e uma escola de formação audiovisual para povos indígenas.

Estão programados sete títulos do Vídeo nas Aldeias, entre eles o longa-metragem “Corumbiara”, vencedor este ano dos prêmios de melhor filme no Festival de Gramado e no Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Goiás), além de menção honrosa no É Tudo Verdade.

O evento, que foi realizado em 15 cidades brasileiras, é dedicado a obras que abordam questões referentes aos direitos humanos, produzidas recentemente nos países sul-americanos. No total, estão representados dez países da América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Perú, Uruguai e Venezuela.

A programação contempla longas e curtas-metragens de ficção ou documentais que tratam de temas como os direitos da criança e do adolescente, da população afrodescendente, cidadania LGBT, população carcerária, das mulheres, das pessoas com deficiência, dos migrantes, da população cigana, da diversidade religiosa, ao meio ambiente sadio, à educação e à justiça, entre diversos outros.

Mais informações podem ser acessadas no website
www.cinedireitoshumanos.org.br

Da sucursal de Brasília