Morre o brilhante jornalista Carlos D´Avilla

O corpo do jornalista Luiz Carlos D'Ávilla Corrêa será velado a partir das 20h desta terça-feira, 3, na sede do SJPMG (Avenida Álvares Cabral, 400). Ele morreu na noite de segunda-feira, 2, vítima de parada cardíaca, aos 57 anos.

 Jornalista e poeta, Luiz Carlos foi diretor do SJPMG no início da década de 1990, nas gestões de Américo Antunes e de Geraldo Mello, tendo sido tesoureiro da entidade. Foi também diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Ele nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de maio de 1952, filho de pai mineiro e mãe gaúcha. Seu registro profissional era o de n° 1953.

Luiz Carlos começou a carreira de jornalista no extinto Diário de Minas, de onde se transferiu para a sucursal de O Globo, em Belo Horizonte. Posteriormente, trabalhou nas sucursais da Folha de S. Paulo e de O Estado de S. Paulo, também em BH. Foi também assessor de imprensa da Prefeitura de Belo Horizonte, tendo trabalhado na BHTrans, onde criou o Jornal do Ônibus; no Hospital Odilon Behrens e na própria assessoria de comunicação da PBH. Comandou ainda a assessoria de imprensa do Demetrô e, este ano, trabalhou na assessoria de imprensa da Prefeitura de Betim.

Ele viveu momentos de glória no jornalismo mineiro, pois não media esforços para fazer uma boa máteria. Certa vez, para ter acesso a informações sigilosas, chegou a ser acionista minoritário de uma grande empresa do estado. Como poeta, sua preferência era pelo cordel, arte que aprendeu lendo os versos de Ariano Suassuna. Escreveu, por exemplo, A Tragédia de Itabirinha, reportagem em versos sobre uma chuva de granizo que atingiu Itabirinha de Mantena, no interior de Minas Gerais, matando muita gente, inclusive crianças. O cordel serviu para denunciar os bastidores do jogo político que envolveu a tragédia, pois o autor não se contentava com a mordaça dos interesses empresariais.

Luiz Carlos também escreveu os cordéis Queremos o nosso nome de volta, denúncia do crime à memória popular na forma de substituição do nome de ruas para agradar a coronéis e outros poderosos; e Tiradentes, a saga de Minas, no qual reflete sobre a Inconfidência Mineira. O jornalista morreu na segunda-feira, ao se deitar, pouco depois de apreciar a lua cheia em Casa Branca, distrito de Brumadinho, onde administrava a pousada Santa Vista da Serra, de sua propriedade. Seu corpo será sepultado nesta quarta-feira, 4, no Cemitério Bosque da Esperança, em Venda Nova, em horário ainda não definido. Ele deixa filhos e uma netinha.

Fonte: SJPMG