Edmilson participa do lançamento do petroleiro na Ilha (RJ)
No dia 3, ocorreu a cerimônia de lançamento ao mar do navio petroleiro Abreu e Lima, de 47 mil toneladas, no Estaleiro Ilha (Eisa), na Ilha do Governador, à beira da Baía de Guanabara, no Rio. O deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), que participou da cerimônia, é o autor da lei estadual Valentim, que alavancou a indústria naval brasileira rumo à competitividade mundial.
Publicado 04/11/2009 21:06 | Editado 04/03/2020 17:04
A ação do deputado foi vital, em 1995, para que o antigo Estaleiro Emaq – paralisado por diversas crises que quase o levaram à lona – retomasse suas atividades com o nome de Eisa, uma empresa do Grupo Sinergy, presidido pelo empresário Germán Efromovich.
“As gestões que empreendi na época com governantes, líderes empresariais e sindicalistas salvaram esse grande estaleiro e milhares de empregos de trabalhadores. Ver um local de construção e reparos navais de primeira linha, hoje, numa festa plena de atividade de produção, no Rio de Janeiro, sinceramente, é uma satisfação muito grande. Valeu a pena o nosso empenho e o resultado está aí”, disse Edmilson Valentim, visivelmente emocionado, na saída do evento, onde foi muito cumprimentado pelos presentes.
Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados e da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Marítima, Edmilson, com o seu trabalho, contribui para o fortalecimento da bancada fluminense e amplia o papel das indústrias naval, siderúrgica e off-shore no Rio de Janeiro e colabora para melhorar o novo sistema de partilha das reservas de petróleo da camada de pré-sal, proposto pelo governo federal.
”Luto para que haja empresas fortes, porque se não tiver empresa não tem emprego. Minha preocupação com os trabalhadores é permanente, porque a construção de um navio-petroleiro de médio porte representa a manutenção de 1.100 a 1.500 empregos e cerca de 4 mil profissionais se envolvem na construção de uma plataforma de petróleo. Nada é mais importante do que manter o emprego do trabalhador, pois, dessa forma, contribuímos para a melhoria da qualidade de vida das famílias”, declarou o deputado, elogiando o petroleiro encomendado pela Venezuela. “Trata-se de um navio moderníssimo e um orgulho para a engenharia e os trabalhadores brasileiros. O Estaleiro Eisa está de parabéns!”.
Realizada em um lindo dia de sol no Rio, onde o calor chegou a mais de 36°, a solenidade de lançamento ao mar do novo petroleiro foi assistida por Germán Efromovich, dirigentes do estaleiro, militares brasileiros, outros parlamentares e mais de 1.000 empregados do estaleiro, além de diversos convidados venezuelanos da PDVSA e do governador do Estado de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, colaborador entusiasta da construção do Estaleiro Eisa Alagoas – o maior do país –, que está sendo construído a todo vapor na costa de Coruripe, no nordeste brasileiro.
Embarcação
Primeiro de uma série de dez navios para transporte de petróleo e derivados leves (classe Panamax) encomendados pela empresa Petróleos de Venezuela (PDVSA) para a subsidiária PDV Marina, dentro de um contrato de US$ 800 milhões, o petroleiro Abreu e Lima será equipado e entregue aos armadores em julho do ano que vem. As últimas unidades do pacote estão previstas para ser entregues até o fim de 2015.
A embarcação, que navegará sob a bandeira venezuelana, recebeu o nome Abreu e Lima, em homenagem ao militar, político, jornalista e escritor pernambucano José Inácio de Abreu e Lima (1794-1869), que, apesar de ser brasileiro, lutou nas guerras de libertação da América Espanhola, primeiro como capitão e depois como um dos generais de Simon Bolívar, participando com destaque de batalhas decisivas na Venezuela e Colômbia.
Um dos heróis da independência da Venezuela, Abreu e Lima tem maior reconhecimento nesse país do que no Brasil. Com a morte de Bolivar, e o não reconhecimento de sua patente pelo governo do general Santander, que o sucedeu, foi para os EUA, esteve na Europa e retornou ao Brasil, fixando residência no Rio.
Conquistas
Em sintonia com o pensamento de Edmilson Valentim, antigo metalúrgico que já declarou em outras ocasiões que “a indústria naval precisa de continuidade, não pode parar, pois sua atividade plena é que mantém os empregos da classe trabalhadora”, o Eisa venceu licitação no mês passado e assinou contrato com a Marinha do Brasil para a construção de quatro navios-patrulha de 500 toneladas no prazo de quatro anos. O primeiro deve ser concluído em março de 2012, sendo os demais entregues, a partir daí, a cada seis meses.
Além destas obras, o Eisa tem em carteira mais cinco porta-contêineres para a Log-In Logística Intermodal, empresa de navegação da Vale. O primeiro será lançado ao mar em fevereiro de 2010. Em agosto último, a Log-In assinou outro contrato com o Eisa para a construção de dois navios graneleiros de 80 mil toneladas contratados por US$ 165 milhões, já com prioridade do Fundo da Marinha Mercante. Eles serão utilizados na movimentação anual de seis milhões de toneladas de bauxita entre o porto de Trombetas e o porto de Vila do Conde, ambos no Pará. O primeiro navio será entregue no final de 2011 e o outro no final de 2012.
Segundo um dirigente do Eisa, o Grupo Sinergy vem investindo para aumentar a produtividade do estaleiro e dar conta das encomendas com pontualidade e eficiência. Embora o Eisa tenha uma carteira expressiva, ele não está com ocupação plena e continua em buscas de novas obras, no Brasil e no mercado externo.