Negociação direta com empresas beneficia 24 mil trabalhadores
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo fechou 151 acordos salariais este ano beneficiando 24 mil trabalhadores. O processo de negociação começou em outubro, depois de quase dois meses de campanha salarial. Nesta quinta-feira (5), os dois mil trabalhadores da Lorenzetti, em greve desde terça (3), fecharam um acordo com a empresa depois de aceitarem o aumento de 6,54% e abono salarial de 25,6%.
Publicado 06/11/2009 16:15
A negociação direta faz parte da estratégia dos Sindicatos envolvidos na Campanha Salarial 2009, de garantir o aumento salarial mais os benefícios sociais da Convenção Coletiva de Trabalho para a categoria, diante da falta de entendimento, até o momento, com os grupos patronais.
“Vamos continuar este processo de negociações empresa por empresa. Todas as propostas apresentadas são submetidas às assembleias e, só depois de aprovadas, assinamos o acordo”, explica Miguel Torres, presidente do Sindicato.
A empresa que se recusa a negociar é paralisada. Foi o caso da Lorenzetti; da Voith, que também ficou parada por dois dias úteis e fez acordo; da Driveway, autopeças na zona sul com 200 trabalhadores, parada desde terça (3); e da Maurízio, empresa de material elétrico com 110 trabalhadores, em greve há 10 dias, na zona norte.
Os funcionários da Fundesp, que fizeram uma greve relâmpago, aceitaram a proposta de reajuste salarial de 8% e de 24% no valor do abono salarial para quem ganha o piso (R$748); e aumento de 7%, mais 21% de acréscimo no valor do abono, para quem ganha acima do piso.
Os cerca de dois mil trabalhadores da Arno (Grupo Seb Brasil), na zona leste da capital, aprovaram, em assembleia, a proposta de acordo salarial da empresa com 6,54% de reajuste salarial mais 25,6% de abono, afastando o risco de uma greve.
“Vamos intensificar as negociações e aumentar o número de acordos. Estamos sentindo a pressão de alguns grupos patronais, sobretudo do setor de máquinas e eletroeletrônicos, mas vamos manter nossa ação, e as empresas que se recusarem a negociar serão paralisadas”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato.
As negociações começaram em setembro – a data-base é 1º de novembro – e, até o momento, os grupos patronais não apresentaram proposta de reajuste salarial e aumento real, mas querem tirar cláusulas importantes da convenção coletiva, como a garantia de emprego aos acidentados no trabalho e portadores de doenças profissionais, a estabilidade para os trabalhadores que estão a até 1,5 ano da aposentadoria, entre outras. “Queremos a renovação de todas as cláusulas sociais”, completa Miguel Torres.