SindSaúde pede apoio ao Parlamento catarinense

A Assembleia Legislativa interrompeu os trabalhos durante a sessão ordinária desta terça-feira (3) para receber o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde Pública Estadual e Privado de Florianópolis (SindSaúde)

Pedro Paulo das Chagas solicitou ao Parlamento catarinense apoio nas negociações entre o governo do Estado e os servidores da saúde, que entraram em greve a partir de hoje. “Estamos abertos a negociações, porém não estamos tendo retorno do Poder Executivo”, frisou.

De acordo com Chagas, a postura contrária do Executivo às reivindicações dos servidores da Saúde levaram a categoria a aderir à greve por tempo indeterminado, conforme deliberado em assembleia no dia 21 de outubro. As atividades foram paralisadas em 14 unidades de Santa Catarina. A categoria, que representa cerca de 14,5 mil trabalhadores, está reivindicando aumento do vale-alimentação e revisão dos casos de insalubridade. Com a greve, 14 unidades de saúde estão paralisadas no Estado.

Ao recusar as reivindicações, o governo propôs um reajuste 16,76%, a ser implantado em duas parcelas nos meses de janeiro e agosto de 2010, porém a sugestão não foi aceita pelos servidores. Em nome dos trabalhadores, Chagas ressaltou que a classe busca um reajuste real dentro do que estabelece a Lei n 323/06, que criou o Plano de Carreiras e Vencimentos. “A legislação prevê a revisão salarial anual que não acontece há mais de três anos. O PCV põem fim aos penduricalhos como abonos e formas de gratificação, se aceitarmos este abono estaremos regredindo nesta conquista e não teremos nenhuma garantia”, comentou.

(fonte: imprensa da ALESC – Tatiani Magalhães)

Leia abaixo a carta aberta divulgada pelo sindicato

Carta aberta à população: Saúde em greve

É população! O Governo do Estado com a ajuda de alguns veículos da mídia estadual quer desmoralizar a causa da saúde. E sabe por quê? Porque para eles pouco ou nada importa se o atendimento está bom ou não. Você já viu Governador, Deputado ou a própria Secretária da Saúde ser atendidos em hospitais públicos? Pode ter certeza que é muito raro. Eles pagam por atendimento na hora, pagam porque recebem muito bem, e sabe quem paga o salário deles? Todos nós!

O Governo diz que reajustou os salários e tenta colocar a população contra os trabalhadores da saúde, aqueles que estão diariamente oferecendo atendimento, e muitas vezes, como neste caso, exigindo melhores condições de trabalho e serviços. Aqueles que lutaram e continuam lutando contra a privatização desses serviços, porque se dependesse do Governo, todos os hospitais públicos seriam privatizados. E como fica a população? Quer saber, eles não estão nem aí para nós.

Os trabalhadores esclarecem que o Governo do Estado não concedeu reajuste salarial de 114%. Com a criação do Plano de Carreira e Vencimentos, através da Lei nº3213/06, o Governo ajustou os níveis salariais através da tabela de salários da saúde, uma vez que a maioria dos servidores ganhava menos que um salário mínimo. O SindSaúde explica ainda, que as promoções e reclassificações, não são reajuste de salário, como alega o governo e sim obrigação prevista na referida lei. Ainda por garantia legal, após um ano o governo deveria revisar a tabela de vencimento, porém, isso não aconteceu e não acontece até hoje, acumulando perdas salariais desde abril de 2006, no percentual de 16,76%, sendo esta uma das nossas reivindicações.

Trabalhamos muito como você para ter uma vida digna. Mas sabe o que acontece? Estamos trabalhando para garantir o conforto deste Governo, que não investe nos serviços que são de direito da população. E ninguém sabe direito onde vai parar o dinheiro arrecadado com os impostos que pagamos com tanto esforço. Portanto, nós trabalhadores da saúde pedimos seu apoio! Não caia no papo do Governo que nunca vez nada por nós, população! Junte-se a essa luta!

Em defesa da saúde pública de qualidade

Comando de Greve SindSaúde/SC