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Chávez convoca país a preparar-se para possíveis ataques

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, convocou, neste domingo (08), a Força Armada Nacional Bolivariana e o povo a estarem alertas e preparados ante possíveis ataques dos Estados Unidos ao seu país. Advertiu que, se os norte-americanos investirem militarmente contra a Venezuela, por meio das bases instaladas na Colômbia, se iniciaria a "guerra dos cem anos", que se estenderia por toda a região.

"Oficiais de nossa Força Armada Bolivariana, a melhor forma de evitar a guerra é nos prepararmos para ela", declarou Chávez, durante o programa Alô Presidente, número 343, transmitido no domingo, a partir do município de Páez, no estado Portuguesa.

Neste sentido, ele convidou os oficiais a não perderem um dia sequer em sua missão principal: a defesa do território nacional. Além disso, os convocou a ajudar o povo a se preparar, pois, segundo ele, esta é uma tarefa para todos os venezuelanos.

"Todos nós devemos estar preparados, treinados para defender esta terra sagrada chamada Venezuela", ressaltou o presidente. Ele sugeriu ao presidente dos EUA, Barack Obama, que evite equívocos e pediu-lhe para abandonar qualquer ideia de agressão contra o país usando como plataforma a Colômbia.

Ele ressaltou que "na Venezuela, estamos dispostos a tudo" para evitar que a nação seja uma colônia ianque ou de qualquer outro império no mundo. O presidente venezuelano disse que, se vivêssemos em um mundo onde as nações maiores respeitassem as menores e os valores humanos se sobrepusessem, não seria necessário tomar tais medidas. "Algum dia nós iremos viver neste mundo, mas não é o que temos hoje", disse ele.

"Nós somos os filhos de Bolívar e estamos espalhados desde o México até a Argentina (…) A Venezuela não está sozinha, nós temos um grande grupo de amigos (…) Ninguém acredita que uma guerra contra o país será só contra a Venezuela", disse ele

Sobre o acordo militar assinado pelos governos de Álvaro Uribe e Barack Obama, Chávez confirmou o que vários países da região têm apontado, ao classificá-lo como "uma violação da Constituição da Colômbia, do direito internacional e uma ameaça para os países vizinhos que buscam a paz e a integração". "Estes dois governos se uniram para tentar mentir para o mundo", disse ele.

Chávez descreveu o governo da Colômbia como um "lacaio do império". "A Colômbia foi transferida aos Estados Unidos, rendeu-se, não o povo, mas o governo e a oligarquia que anteriormente usavam máscaras, mas agora as removeram", disse ele.

Além disso, informou que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad visitará a Venezuela como parte do reforço das relações entre ambas as nações. "O imperialismo e seus lacaios têm os olhos sobre o Irão e a Venezuela, mas não poderão conosco. Assim como o Irã é tem a Israel, nós temos ao governo da Colômbia, que está às ordens do império ianque ", disse ele.

Chávez disse que, diferentemente de outros países, seu governo foi cauteloso com a vitória do presidente americano, Barack Obama, e que “o império está vivo e mais ameaçador que nunca".

Veja parte do programa Alô Presidente (em espanhol)

Resposta colombiana

Em resposta às declarações de Chávez, a Colômbia disse que irá recorrer ao Conselho de Segurança da ONU e à Organização dos Estados Americanos.

Há meses o presidente venezuelano, Hugo Chávez, tem dito que um acordo de cooperação militar assinado em outubro entre Colômbia e EUA pode prenunciar uma invasão norte-americana em seu país, a partir do território colombiano.

Bogotá e Washington rejeitam essa ideia, dizendo que o objetivo da cooperação militar é apenas combater o narcotráfico e as guerrilhas da Colômbia.

"Considerando as ameaças de guerra anunciadas pelo governo da Venezuela, o governo da Colômbia propõe ir à Organização dos Estados Americanos e ao Conselho de Segurança da ONU", disse o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, em nota.

A Colômbia também sugeriu um "diálogo franco" com a Venezuela a respeito da sua prolongada desavença diplomática. O país recentemente pediu à Organização Mundial do Comércio que interceda depois de Chávez proibir a importação de alguns produtos colombianos, em protesto contra o acordo militar Bogotá-Washington.

A Colômbia é o segundo maior parceiro comercial da Venezuela, e vice-versa (os EUA são o primeiro para ambos). No ano passado, o comércio bilateral superou os 57 bilhões de dólares.

Bogotá diz que a proibição venezuelana agravou a recessão na Colômbia e afetou ainda mais as exportações do país, já prejudicadas pela crise global.

Com agências

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