Sete panes em 20 dias: é o serviço do metrô para o carioca
As panes no metrô do Rio, que já eram constantes agora são quase que diárias. Nos últimos 20 dias, ocorreram pelo menos sete problemas. Com a superlotação, algumas pessoas passaram mal e a polícia foi chamada.
Publicado 09/11/2009 19:01 | Editado 04/03/2020 17:04
A situação contrasta com a atual campanha publicitária da concessionária, onde é apresentado o “Metrô do Século XXI”. Segundo a própria empresa, os contratempos acontecem porque as atuais composições estão defasadas, com quase 40 anos. Ao mesmo tempo, elas não estão preparadas para suportar o calor do verão do Rio, principalmente os trens da Linha 2 que correm expostos ao sol na superfície e, muitas vezes, com o ar condicionado quebrado.
Os problemas se agravaram em 14 de outubro. O trem parou 9 minutos na Estação Glória, por falha mecânica. No dia seguinte, a Cantagalo fechou por 15 minutos para manobra. No dia 4 de novembro, um defeito na Linha 2 levou 11 minutos para ser reparado e revoltou passageiros numa superlotada Estação Pavuna. No dia 5, uma mulher foi socorrida por bombeiros, depois de tumulto na Estácio, onde houve nova pane no dia 6.
Nesta segunda-feira (9), nova pane no metrô. Com a falta de energia, os trens continuaram a partir da estação da Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte do Rio, e seguiam até a Central. Lá, todos os passageiros eram obrigados a desembarcar já que as duas próximas estações – Presidente Vargas e Uruguaiana estavam sem energia. A circulação era retomada na estação da Carioca e do Cantagalo.
“Uma porta que não fecha impede que o maquinista siga viagem, obrigando o passageiro a descer e esperar outra composição. Isso gera mais lotação”, explicou o diretor de Relações Institucionais da Metrô Rio, Joubert Flores, admitindo que a frota atual é insuficiente.
O engenheiro de Transportes da Coppe/UFRJ, Hostilio Ratton Neto, diz que a concessionária precisa investir mais no sistema: “Sem contar que o estado foi omisso por muito tempo. Falta planejamento urbano e melhorias também nos outros sistemas de transporte”.
Segundo a empresa, a solução são as 19 novas composições já adquiridas. Mas o alívio só virá a partir de 2011, quando chega o primeiro trem.
Não bastasse a pane, o metrô Rio continua sendo um dos mais caros do país. O bilhete custa R$ 2,80 para uma extensão de 36,9 km, contra R$ 2,55 em São Paulo, que possui uma linha de 61,3 km.
Com informações do jornal O DIA