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Sistema financeiro: EUA e Inglaterra paralisam G-20

EUA e Inglaterra não querem pôr fim a privilégios dos seus sistemas financeiros
Para o economista Reinaldo Gonçalves, da UFRJ, será difícil para o G-20, cujos ministros da Economia reuniram-se, na Escócia no fim de semana, chegar a um acordo sobre a nova arquitetura do sistema financeiro mundial.

"A Inglaterra ganha muito dinheiro com serviços financeiros e as empresas norte-americanas não querem regulação. Além disso, os governos enfrentam dificuldades para aprovar seus pacotes internamente", comentou.

A China, que ultrapassará a Alemanha e será o maior exportador mundial no fim do ano, também não quer ceder às pressões para valorizar sua moeda. Pequim mandou uma mensagem clara: os Estados Unidos devem se preocupar mais em evitar a desvalorização do dólar.

Para o presidente do Banco Central da China, Zhou Xiaochuan, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve reforçar seu trabalho de monitoramento dos mercados financeiros e de política econômica nos países ricos, para que haja menos volatilidade.

Outra polêmica no G-20: o estabelecimento de um novo padrão de liquidez para os bancos, ainda em 2009, e, em 2010, um pacote global com novas regras para as instituições financeiras.

O economista José Carlos de Assis avalia que as reservas exigidas para os bancos devem ser estabelecidas de maneira anticíclica. Mas Gonçalves pondera já existir um padrão definido, o de Basiléia, para alavancagem dos bancos, o que não evitou a crise: "O mesmo vale para a Taxa Tobin, proposta há muito tempo e nunca adotada, porque o lobby financeiro é muito forte."

Para Sandra Quintela, do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs), o dinheiro oriundo da taxação das operações financeiras, defendida pela União Européia não deve ser usado para salvar bancos e governos, mas para melhorar as condições de vida no planeta. O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner prefere que, com o fim da crise, o pagamento de pacotes seja feito pelos próprios bancos beneficiados pela ajuda.

As informações são do Monitor Mercantil