Sem categoria

Liberdade de capital não rima com crescer, alerta economista

Especialista lembra que, no Brasil, a liberação fez dívida pública explodir. No período entre 1994-2000, quando houve gradual e crescente abertura da conta de capital brasileira, o único fato relevante foi o aumento explosivo da divida pública.

O fato foi lembrado pelo economista José Luis Oreiro, da Universidade de Brasília (UnB), para criticar os “ortodoxos”, para os quais o controle de capitais elevaria o custo de capital no Brasil.

"Não é possível afirmar, como fazem os ortodoxos, que os países sem controles de capitais crescem mais rapidamente do que os países com controles de capitais. Também não há nenhuma evidência científica que confirme a tese de que os controles de capitais teriam impacto significativo sobre o prêmio de risco país", prossegue Oreiro.

O professor diz, ainda, que a adoção de controles seletivos de capitais, por meio, por exemplo, de recolhimento compulsório, garante mais autonomia à política monetária e contribui para maior equilíbrio do saldo em transações correntes do balanço de pagamentos: "Isso impede que a entrada de grandes fluxos de capital no país gere forte apreciação da taxa real de câmbio", frisa Oreiro.

O recolhimento compulsório, segundo ele, foi adotado com sucesso no Chile, nos anos 90: "O Chile combinou controles baseados no mercado com controles administrativos (quarentena) e outras medidas regulatórias. Existe consenso de que o controle de capitais ajudou a alongar o prazo médio dos fluxos de capital e também permitiu, por requerimentos de reserva não-renumerados, aumentar, em algum grau, a autonomia da política monetária, ao ajudar a manter uma separação entre as condições monetária doméstica e internacional", conclui o economista.

A informação é do Monitor Mercantil