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Petistas ironizam oposição por comparar "apagões"

Diversas lideranças do PT e autoridades do governo responderam nesta quarta-feira (11) às tentativas da oposição de tentar qualificar o blecaute que deixou alguns Estados sem energia na noite de ontem como fruto de má gestão do governo na área energética, como aconteceu em 199 e 2001, durante o governo FHC.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou classificou o episódio como um "microincidente dentro de conquistas extraordinárias que o Brasil teve durante sete anos na produção de energia".

Questionando se a oposição estaria "pesando demais a mão sobre o governo", Tarso respondeu dizendo que as comparações com apagões anteriores são descabidas.
"Estão comparando uma catástrofe que houve naquele momento (1999 e 2001) com um tropeção na distribuição de energia. É mais um equívoco da oposição", finalizou.

Berzoini: "aves de rapina" estão felizes

Já o deputado federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Ricardo Berzoini, afirmou que as "aves de rapina" estão felizes com o ocorrido. Segundo ele, não há como comparar o que aconteceu agora com o apagão de 2001, quando o Brasil viveu um período de racionamento de energia.

"Quando falo de 'aves de rapina' me refiro a alguns políticos (da oposição) e jornalistas que tentaram fazer essa comparação. A comparação que tentaram fazer é descabida. Hoje não há nenhum problema estrutural no setor. Em 2001, vínhamos de um período de falta de investimento, que resultou naquela situação bastante grave", disse.

Segundo o deputado, é óbvio que a oposição vai tentar explorar o assunto. "É natural. O que aconteceu ontem é diferente de uma crise de disponibilidade de energia. É uma coisa lamentável, que trouxe transtornos para a população, mas não me parece que haja motivos para amanhã ou depois acontecerem novos eventos desse tipo."

Berzoini disse que o que vivemos ontem foi um incidente "temporário". "O sistema de transmissão brasileiro é seguro e ao que tudo indica houve uma falha operacional. Algo de muito forte deve ter acontecido", afirmou.

Ideli defende Dilma

A líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC), respondeu à iniciativa da oposição de pedir informações ao governo sobre o episódio do problema energético de ontem. Segundo ela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, têm todo o interesse de esclarecer à sociedade o que ocorreu. Entretanto, isso só pode ser feito depois de apuradas as razões do blecaute, o que já está ocorrendo, segundo ela.

Sobre a tentativa de a oposição querer vincular o nome de Dilma Rousseff a uma eventual crise no sistema por ela já ter ocupado a pasta de Minas e Energia, Ideli defendeu a ministra da Casa Civil. "Quando Dilma foi ministra, não tivemos apagão."

Lula: não falta investimento

O governo ainda não tem um retrato fiel do que aconteceu na noite desta terça-feira, quando parte da distribuição de energia no País foi interrompida durante algumas horas, mas segundo o presidente Lula, duas coisas são claras e certas: não faltou geração de energia e o problema não foi causado por falta de linha para interligar o sistema elétrico brasileiro. Por isso não cabe comparar o que aconteceu ontem à noite com o ocorrido em 2001.

Lula afirmou que a diferença deste blecaute para o ocorrido em 2001, na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é que naquela época o país não produzia energia suficiente e não tinha linha de transmissão.

"O que aconteceu em 2001 é que a gente não produzia energia suficiente. Além de não produzir o suficiente, a gente não tinha linhas de transmissão para interligar todo o sistema elétrico brasileiro. Hoje nós estamos com o sistema elétrico brasileiro todo interligado. Nesses últimos sete anos, o que nós fizemos de linhas de transmissão no Brasil equivale aproximadamente a 30% de tudo que foi feito em 123 anos no País. Nós fizemos não apenas um forte investimento no setor de transmissão de energia, como fizemos um forte investimento na modernização do sistema energético brasileiro", disse Lula.

O presidente afirmou estar esperando uma reunião entre a Aneel, ONS, Ministério de Minas e Energia (MME) e diretores das empresas que fazem parte do sistema Eletrobrás para esclarecer o incidente. O presidente não pretende especular sobre o caso:

"É importante que a gente não faça de uma coisa dessa nenhuma tese. Que a gente constate o fato e com o fato a gente possa melhor informar a sociedade brasileira. Eu sinceramente não posso dizer que foi um raio, não posso dizer que foi um vento, não posso dizer que foi erro humano enquanto eu não tiver a informação concreta e objetivo do que aconteceu. (…) Além disso, se eu falar, estarei chutando, e eu não vou chutar nesse assunto", disse.

As declarações de Lula foram feitas durante entrevista coletiva com ele e com o presidente de Israel, Shimom Peres, no Itamaraty.

Peres, ao fazer um discurso no qual elogiou a participação do Brasil na busca de paz no Oriente Médio fez um trocadilho infeliz com o programa Luz para Todos do governo federal. "O presidente criou o programa Luz para Todos, portanto luz para todos nós. Senhor presidente, venha e acenda a luz para todos nós no Oriente Médio".

Da redação,
Cláudio Gonzalez
com agências