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“Refúgio seguro”, dólar reinicia sua evolução ascendente

De 2002 até, inclusive, o terceiro trimestre do ano passado, o euro registrou evolução ascendente contra o dólar, porém os galopantes fatos que se seguiram após a derrocada do Lehman Brothers reverteram esta tendência reconstituindo o dólar como "refúgio seguro" em períodos de crises e, assim, a moeda norte-americana reiniciou sua evolução ascendente.

Por Mary Stassinákis, no Monitor Mercantil

Aliás, de acordo com exemplos históricos básicos – Bretton Woods, União Monetária Latino-americana e outros – várias vezes surgiram sérias preocupações até, inclusive, para sua sobrevivência.

Contudo, a oscilação da disposição por parte dos investidores em assumir investimentos de risco comprova-se fator de definição da evolução da paridade euro/dólar nos últimos 12 meses, segundo opinião generalizada dos mercados.

É característico que o euro, de seu historicamente alto nível de US$ 1,6038 em meados de julho do ano passado, despencou ao baixo nível de dois anos e meio atrás, em US$ 1,2328, no final de outubro do ano passado, para elevar-se novamente a US$ 1,5046 em outubro de 2009.

Aliás, as baixas taxas de juros "proclamaram" o dólar principal moeda de financiamento em aplicações para aproveitamento da vantagem da taxas de juros (carry trade).

Paralelamente, a avaliação geral de que o Federal Reserve (Fed) promoverá aumento de suas taxas de juros após o Banco Central Europeu (BCE) funciona a favor do euro, enquanto a capacidade do dólar em manter seu papel como principal moeda de reservas cambiais funciona a favor de sua desvalorização.

Redução do déficit

Com base na teoria de poder aquisitivo, o euro é considerado hoje supervalorizado em 24% contra o dólar, em comparação com 38% durante sua alta histórica de US$ 1,6038, enquanto nos mercados uma popularíssima estratégia para os traders de moedas são as posições ascendentes (long) em euro em relação ao dólar, na região de US$ 1,4625, objetivando uma colheita de desempenhos elevados em US$ 1,51,60.

A maioria dos "mercadólogos" (uma nova espécie de "analistas") considera que o dólar será valorizado em curto prazo no início do ano que vem, impulsionado pelos fluxos de capitais, mas, no final, sua derrocada controlada em relação ao euro e, de um modo geral, contra as principais moedas constituirá apenas mais um fenômeno a exemplo de tantos outros.

Desta forma, aliás, a economia dos EUA poderá se recuperar mais rápido da maior crise dos últimos 70 anos e em circunstâncias favoráveis, também, para os corretivos desequilíbrios gerados dos superávits da Ásia em relação com os déficits do Ocidente.