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Honduras: Empresários pressionam operários a votarem

A resistência antigolpista de Honduras denunciou uma campanha de setores empresariais para forçar seus trabalhadores a votar nas eleições do próximo dia 29, sob ameaça de demissão. Tais pressões foram descobertas durante uma investigação do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas (COPINH), informou uma de suas principais dirigentes, Berta Cáceres.

Ela detalhou que um amplo grupo de empresários advertiu aos operários que devem certificar sua votação nas eleições. Caso contrário, perderão seus empregos. Agregou que, para isso, devem apresentar a mancha de tinta em seus dedos, um dos passos aplicados nas mesas eleitorais às pessoas que exercem o sufrágio.

"Sob esta pressão empresarial, tenta-se impor um processo eleitoral ilegítimo que só responde aos interesses daqueles que dominaram o país por décadas", afirmou Cáceres. A dirigente indígena apresentou também a denúncia em um ato, ontem, da Frente Nacional contra o golpe de Estado na praça A Graça, próxima à sede do Congresso Nacional.

Essa ampla aliança de forças sociais e políticas decidiu no domingo passado desconhecer os resultados das eleições, ao considerá-las uma farsa para tentar legitimar o golpe de Estado do passado 28 de junho.

Por similar razão, o candidato presidencial independente, Carlos H. Reyes, retirou na última segunda-feira sua inscrição do Tribunal Supremo Eleitoral. Tanto Reyes como a Frente exigiram, para participar nas eleições, a restituição da ordem constitucional e do presidente legítimo, Manuel Zelaya, e fixaram como prazo máximo o último dia 5.

Cáceres assegurou que a Frente de Resistência Nacional se consolida nos bairros e colônias do Distrito Central. Para a dirigente indígena, a força popular não pode ser detida, pois as ferramentas da comunicação alternativa e da educação política estão se fortalecendo nestas zonas.

"Esta metodologia de formação popular aumenta a rejeição à farsa eleitoral que montam os oligarcas fascistas que financiam o regime de fato", explicou à Prensa Latina.

Fonte: Prensa Latina