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Economistas do Ipea: Só 2% é pouco contra especulador

Economista alerta para “pressão cambial astronômica” e pede novas medidas para estabilizar cotação.

O Brasil vivenciará uma "pressão cambial astronômica" num período de um a dois anos e, por isso, precisa de medidas adicionais para reduzir o "apetite" do capital especulativo pelo país. O alerta é do superintendente da área de pesquisa e acompanhamento econômico do BNDES, Ernani Torres.

Para ele, as principais ameaças ao Brasil devem-se ao fato de o país ser "uma das principais trincheiras da nova bolha especulativa internacional". Segundo Torres, a pressão cambial poderá reduzir a competitividade industrial das empresas brasileiras e ampliar o déficit em transações correntes.

Ele elogiou a decisão do Ministério da Fazenda de taxar o capital externo com Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e destaca que o valor do tributo poderá até aumentar, caso o governo considere necessário. “O IOF foi um belo caminho e não sei se haverá aumento do imposto, mas o governo poderá criar medidas regulatórias, por exemplo", disse, após palestra em seminário na sede do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), no Rio.

Para o diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, João Sicsú, se a alíquota de 2% do IOF não for eficaz, deve-se "aumentar a dose". Para Sicsú, "a missão do Estado é dar estabilidade ao câmbio". Segundo ele, não é o comercio externo que provoca volatilidade: "Pelo contrário, a valorização do câmbio atrapalha as exportações de manufaturados. E o Brasil não pode pagar o preço da desindustrialização", frisou.

Segundo Sicsú, o governo estabeleceu um instrumento de mercado ao taxar o capital estrangeiro: "Não estamos proibindo nada, apenas estabelecendo um preço", disse, acrescentando que "infelizmente", a bolsa está recebendo mais capital financeiro, atraído pelos juros altos, do que aportes para o setor produtivo. "Ou seja, a cobrança do IOF não trará prejuízo para o financiamento do investimento produtivo."

As informações são do Monitor Mercantil