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Irã vê o Brasil como principal interlocutor na América

A política externa do Irã, desde a ascensão de Ahmadinejad ao poder, passou a atribuir elevada prioridade ao diálogo Sul-Sul ao fazer arranjos de cooperação com países como Cuba, a Nicarágua e Venezuela. O Brasil deve receber o mesmo tratamento e espera-se, em cinco anos, elevar para US$ 15 bilhões as relações de comércio entre os dois países, atualmente em torno de US$ 2 bilhões.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, quer propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua visita ao Brasil, marcada para 23 de novembro, uma nova dimensão nas relações econômicas e culturais entre os dois países.

O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Alireza Salari, disse à Agência Brasil que seu país espera elevar dos atuais US$ 2 bilhões para US$ 15 bilhões o fluxo de comércio, com novos acordos envolvendo as áreas de petroquímica, produção de gás, adubos, medicina e energia nuclear.

O Brasil é o oitavo fornecedor do Irã, com uma diversificada pauta de exportações que vai de alimentos a carros e minérios. As pequenas importações brasileiras concentram-se em produtos como sal, enxofre, frutas secas, tapetes, peles e combustíveis.

"Houve uma troca de documentos. Estamos em fase final de negociações para elevar as atuais relações de simples comércio a relações econômicas mais amplas", disse Salari, que vem tratando do assunto no Brasil com o subsecretário-geral de Assuntos Políticos do Itamaraty, Roberto Jaguaribe.

Também estarão na pauta de negociações a troca de tecnologia e a concessão de vistos nos dois países. Os iranianos podem fornecer adubo ao Brasil e o Brasil pode passar a tecnologia da produção de alimentos.

Salari acha que há complementaridade das duas economias, além do interesse especial na produção de energia nuclear para fins pacíficos.

"A partir do desenvolvimento nuclear, o Irã já produziu diversos medicamentos e três deles estão sendo comercializados em vários países da Ásia e na Venezuela".

Segundo Salari, há três ou quatro tipos de remédios para combate ao câncer e um para tratamento do diabetes. Oitenta por cento dos remédios são produzidos no próprio país. "São medicamentos que estão à disposição para serem exportados ou produzidos no Brasil".

Fonte: Agência Brasil