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Tucano de SP que criticou Enem, agora também adia prova

As provas do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), que começariam nesta terça-feira, foram adiadas. Os organizadores não conseguiram cumprir o prazo de entrega do material nas escolas. Os exames foram remarcados para terça, quarta e quinta-feira da semana que vem, obedecendo a mesma ordem de aplicação: português, matemática, história e geografia. Os locais de prova e os horários não foram alterados.

Segundo a secretaria estadual de Educação, o CAEd, que foi contratado para fazer a impressão, distribuição e aplicação das provas, só comunicou o secretário Paulo Renato Souza do problema na noite de sábado. O secretário visitou no domingo a gráfica onde as provas estavam sendo impressas e empacotadas e escalou técnicos da secretaria e 200 alunos da Escola de Formação de Soldados da Polícia Militar para supervisionar o trabalho, inclusive durante à noite. Uma outras equipe de 150 pessoas também foram destacadas para auxiliar no processo logístico.

Em outubro passado, Paulo Renato, que foi ministro da Educação entre 1995 e 2002, criticou a falta de segurança e o vazamento da prova do Enem. Ele disse que a falha "lamentável" aconteceu por inexperiência do consórcio que aplicaria a prova. Desta vez, o secretário culpou o CAEd, que faz parte da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Paulo Renato disse que foi pego de surpresa. Ele afirmou que se reuniu com a diretora técnica do CAEd na última quarta-feira e que ninguém mencionou nada.

– Fui saber do problema somente três dias depois da reunião – disse Paulo Renato.
O Saresp ajuda a compor o Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo) de cada escola e define um bônus dado aos professores e funcionários pelo bom desempenho. Em 2008, por exemplo, mais da metade das escolas estaduais do Ensino Fundamental, de 1ª a 8ª séries, não atingiram as metas de melhoria de desempenho. De acordo com o Idesp, 59,5% das escolas de 1ª a 4ª séries não atingiram as metas do ano passado. O percentual foi de 55,2% no caso de escolas de 5ª a 8ª série. O resultado que acabou elevando a média do ensino estadual para cima foi o do Ensino Médio, onde 15,6% não atingiram as metas.

Este ano, o Saresp exigiu uma logística maior em virtude da inclusão de novas disciplinas e adesão de alunos de escolas municipais e particulares. Ao todo, farão a avaliação 2,474~milhões de estudantes, sendo 1,780 milhão de escolas estaduais, 625 mil de escolas municipais e 68 mil de escolas particulares. Segundo a secretaria, mais de 20 tipos de avaliações por série e disciplina foram preparadas como medida de segurança contra vazamento, o que prevê a impressão de cerca de 7 milhões de provas. A postergação em nada deverá afetar a qualidade da avaliação educacional do estado de São Paulo, segundo o governo paulista.