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Os “emergentes” assumirão a liderança da economia mundial?

Exatamente 80 anos após o crash da "terça-feira negra", os economistas hoje estão convencidos de que o mundo escapou, definitivamente, do risco de uma nova Grande Depressão. A medição do crescimento econômico nos EUA no terceiro trimestre foi bem melhor do que as avaliações iniciais e há quem diga que está sinalizando o fim da pior queda dos últimos 70 anos.

Por Mary Stassinákis, no Monitor Mercantil

Mas, enquanto o crescimento no mundo desenvolvido é sustentado pelas elevadas dívidas, as economias emergentes são aquelas que, por razões cíclicas e correcionais, espera-se que assumirão a liderança da economia mundial.

A transferência do poder econômico para as economias emergentes – aliás, impressionante – confirma-se pelo fato de que cinco das dez maiores empresas do mundo encontram-se nos mercados emergentes, enquanto cerca da metade do Produto Interno Bruto (PIB) mundial está sendo produzido por estas economias. Desde 1992, a economia de um mercado tipicamente emergente cresceu em média 130%, contra apenas 38% dos sete países mais ricos do planeta (G-7).

Assim, vários administradores de portfólios institucionais, como o David Tabs, da Black Rock, consideram o crescimento dos mercados emergentes no mundo inteiro "forte e estável", em sintonia com as vantagens que decorrem de suas características fiscais que os tornam uma opção para investimentos excepcionalmente atraentes.

Neste sentido, o HSBC aconselha "aumento de posições" nos mercados da China, Taiwan, Rússia, México e dos países do Golfo Pérsico, enquanto as dez opções top em ações são os títulos das AU Optronics (Taiwan), Bank of China Ltd. (China), Rosneft OAO (Rússia), Samsung Electronics (Coréia do Sul), Cia de Concessões Rodoviárias-CCR (Brasil), Mobile Telesystems (Rússia), Overseas Land Investment (China), National Bank of Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), Grupo Televisa (México) e Wal-Mart do México (México).

Seja qual for a evolução geral, as economias emergentes continuarão crescendo com ritmos fortes, enquanto o crescimento veloz de seus desempenhos operacionais leva cada vez mais e maiores grupos populacionais para a denominada "classe média".

Porém, conforme suas ações têm sido multiplicadas desde março deste ano, os fluxos de capitais internacionais continuam inflando seus preços. Assim, talvez seja prudente considerar as vozes daqueles que enxergam a aproximação da próximo bolha.