Senador defende permanência de Cesare Battisti
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) defende a permanência do italiano Cesare Battisti no Brasil. O julgamento da extradição de Battisti será retomado no Suprmeo tribunal Federal (STF) na tarde desta quinta-feira (12). Em pronunciamento no Plenário do Senado, nesta quarta-feira (11), Inácio disse esperar que o Supremo não aceite o pedido de extradição feito pelo governo da Itália. Battisti foi condenado em seu país pela suposta participação em quatro assassinatos, ocorridos na década de 1970.
Publicado 13/11/2009 10:08
“Pessoalmente não conheço Cesare Battisti, mas sou solidário com a sua causa e tenho me empenhado com nossos colegas senadores para que haja sensibilidade do Supremo Tribunal Federal”, disse o parlamentar, após visita aos Ministros do Supremo, que vão julgar o caso de extradição.
Inácio comparou a eventual extradição de Battisti à de Olga Benario, então mulher de Luís Carlos Prestes, que foi morta em um campo de concentração nazista: “Também foi uma decisão tomada pelo Estado brasileiro que levou para as mãos dos nazistas Olga Benário Prestes. Eu lamentaria muito se esse episódio se repetisse no Brasil”, afirmou.
O senador lembrou ainda a tentativa do governo dos Estados Unidos de deportar John Lennon e sua mulher, Yoko Ono, que incomodavam o governo americano com sua postura pacifista e de apoio aos protestos contra a guerra do Vietnan.
“Assisti a um documentário que falava sobre como foram forjadas sucessivamente provas para banir John Lennon do território americano. Ele foi acusado de uso de drogas pelas forças de segurança americanas para justificar a sua deportação. Mas resistiu bravamente, pois era um pacifista, um ativista em defesa da paz no mundo e não só nos Estados Unidos. Suas músicas e versos incomodavam o império que a todos atacava e continua atacando até hoje”, declarou.
Ao apoiar o discurso, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, de conceder o status de refugiado político a Battisti foi uma decisão correta tanto do ponto de vista jurídico como do humanitário.
Da sucursal de Brasília