XI Conferência Estadual de Educação do Sintepe

Com o auditório do Hotel Orange, em Itamaracá, lotado no fim da tarde desta quarta-feira (18), começou a XI Conferência Estadual de Educação do Sintepe. Este ano, o evento recebeu como tema O público e o privado na gestão da educação básica.

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O presidente do Sintepe, Heleno Araújo, iniciou a Conferência lendo o poema Navio Negreiro, de Solano Trindade. O texto trata da humilhação sofrida pelo negro, que em meio às adversidades conseguiu demonstrar luta e resistência. Seguindo essa lógica, o sindicalista aplicou o discurso aos trabalhadores de educação da rede estadual.

Logo depois, os professores mostraram irreverência ao escutar as histórias de um dos dez maiores poetas populares do Brasil, Chico Pedrosa. Com o humor que lhe é inerente, conseguiu levar os trabalhadores em educação a dar altas gargalhadas.

As risadas deram lugar à seriedade da primeira mesa da Conferência. Entre os membros estavam Heleno Araújo, a vice presidente do Sintepe, Antonieta Trindade, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE) Sérgio Goiana e a Secretária de Educação de Itamaracá, Vilma Araújo.

Era chegada a hora dos presentes na mesa expressarem os sentimentos pela Conferência. Na opinião de Vilma, "O Sintepe é uma escola de formação política. Essa Conferência proporciona momentos ricos de reflexão". Depois, Antonieta Trindade enfatizou "Estamos tendo a oportunidade de debater e aprofundar uma luta incessante que travamos por uma educação pública de qualidade e valorização profissional".

O presidente da CUT optou por um discurso com um viés voltado para importância da luta coletiva como transformação social. Sobre a educação, segundo Goiana, no Estado não é valorizada. E enquanto o governo não tem compromisso, os profissionais têm.

Desfeita a mesa, era a vez do professor doutor Vitor Paro explicitar os conceitos à respeito do sistema educacional. E vai começar polemizando o ambiente em que alunos, teoricamente, vão para aprender. "A escola que está aí, do jeito que é pensada não funciona, não coloca a educação como direito de todos". E complementa "A educação visa ao ser humano. O homem como sujeito. Ele é um ser de vontade, por isso, é natureza. Ele é o único ser que se pronuncia".

O público não queria arredar o pé, o relógio marcava 23h e a palestra parecia não ter fim. Segundo Paro, ser educador é tornar possível a história. É papel dele conhecer as crianças no momento do desenvolvimento da personalidade. E para finalizar, ele diz convicto "Educar é propiciar condições para se apropriar da cultura".

A professora de Jaboatão dos Guararapes, Josélia Barros, destacou "A palestra do professor nos enriqueceu muito. E como ele mesmo disse, vamos sair daqui pensando diferente".

Fonte: Site do Sintepe