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Dividido, PMDB ensaia lançar Requião, mas não convence

Lideranças peemedebistas se reuniram neste sábado (21), em Curitiba, para discutir qual será a posição do partido na sucessão presidencial de 2010. O evento é uma preparação para a convenção nacional da legenda, que ocorrerá no próximo ano. Maior partido do país, o PMDB ainda não definiu se lançará candidatura própria à sucessão do presidente Lula, ou se apoiará algum dos candidatos ao Planalto.

"É uma questão a ser resolvida pela convenção nacional, podemos ter candidatura própria, que é desejado pelas bases, mas, se isso não for possível, podemos compor com um candidato e um partido que some programaticamente conosco", afirmou o governador do Paraná, Roberto Requião, de acordo com a Agência Estado.

Caso a candidatura própria não seja o caminho escolhido pela sigla, o próprio Requião destacou que prefere caminhar ao lado de uma candidatura petista.

Para ele, que declarou ser amigo do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e disse considerar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), uma "pessoa extraordinária", o mais importante é saber o que o PMDB tem a acrescentar ao "misto de mudanças que foi o governo Lula". "Preservar a sensibilidade social do Lula à qual acrescentaremos o fim do predomínio do capital financeiro", propôs.

Já o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia disse que há uma tendência de se discutir a candidatura própria. No entanto, ele acredita que isso dificilmente acontecerá porque não existe "um candidato que se proponha e que some o partido". Para Quércia, quem decide os rumos do PMDB "não é o grupo que está em Brasília, que não consultou a base". O ex-governador afirmou que, caso não seja possível construir a candidatura própria, defenderá, na convenção, o apoio a Serra.

O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, não levanta hipóteses em relação a qual partido apoiar. "Nenhuma tese derruba a candidatura própria", afirmou. "O partido que não aspira chegar ao poder não é partido, é congregação mariana." Segundo o governador catarinense, a proposta fundamental que o PMDB precisa apresentar é a da descentralização. "Revogar o Brasil de Brasília e instituir o Brasil dos Brasis, modificando o pacto federativo, colocando nova divisão do bolo tributário", ressaltou. "Todos estamos conscientes de que primeiro temos que firmar essa tese e, depois, apresentar um programa para, a partir daí, surgir um nome."

O encontro peemedebista em Curitiba reuniu representantes de 14 dos 27 diretórios estaduais da legenda, mas em alguns casos, os representantes regionais que foram ao evento no Paraná são lideranças isoladas que não representam a direção do partido em seus respectivos estados.

Fonte: Agência Estado