Um palanque único para Dilma no DF

A sucessão para o Governo do Distrito Federal aponta para várias candidaturas de oposição ou demarcação com o governo de José Roberto Arruda. Mas uma coisa vai ficando evidente, Arruda deverá ser o único candidato de José Serra no DF e emprestará apoio ao governador paulista na tentativa de derrotar a base de Lula e Dilma no Distrito Federal e no Brasil. 

*Por Apolinário Rebelo

 Arruda já reúne em torno de si um poderoso leque de partidos que inclui: DEM, PSDB, PPS, PR, PSL, PTC, PP, PTN, PRP, PHS e disputa a adesão do PMDB local. A oposição a Arruda também é significativa. Tem o PCdoB, PT, PSB, PTB, PTdoB, PRB, PSC e pode ainda agregar PMDB e PDT.

 
Sobretudo PT, PCdoB, PSB, PDT, PTB e PSC estão na oposição e não vou discutir aqui os graus de intensidades dessa oposição. O que é fundamental é saber que estes partidos estão na base do governo Lula, além de PMDB e PDT e podem e devem buscar entendimentos aqui no DF para a construção de um palanque único para a eleição da ministra Dilma Roussef.
 
A união dessas forças será decisiva para a eleição de Senadores e de Deputados Federais. Garantia de mais estabilidade ao novo governo, sobretudo no Senado federal, foco principal da oposição conservadora.
 
Porém tem outro aspecto decisivo. A união dessas forças também será fundamental para derrotar o governo de arruda e construir uma nova base política para dirigir o GDF. Não faço aqui juízo de valor sobre o governo Arruda, tem méritos e deméritos, mas no fundamental será o palanque de Serra e base para o retorno de tudo o que derrotamos em 2002 e não podemos assistir indiferentes a volta do tucanato neo-liberal.
 
É preciso que se controlem as vaidades, mágoas, rusgas ou qualquer ressentimento. O futuro de Brasília e do Brasil é maior que os projetos individuais ou de algum partido. A construção de um palanque único para Dilma no DF será também decisivo para a articulação das forças de centro esquerda para chegar ao GDF e construir um projeto diferente para Brasília pensando não apenas no cinqüentenário da cidade em 2010, mas, sobretudo, nos próximos 50 anos.
 
Tem uma vaga de governador, uma de vice-governador, duas para o Senado, várias suplências, e uma ou mais coligações para deputados federais e distritais. Ou seja, cabe todo mundo se quiser montar uma aliança capaz de disputar para dirigir os destinos de Brasília e do Brasil.
 
Esse caminho precisa ser percorrido com paciência, maturidade, respeito aos partidos e sobretudo com um programa claro e consistente. Brasília precisa mudar, o Brasil precisa prosseguir e avançar nas mudanças que estamos vivenciando desde 2002. O compromisso com esse projeto é todos e temos que trabalhar por ele. 

Apolinário Rebelo é jornalista, escritor, diretor de esporte estudantil do Ministério do Esporte e vice-presidente do PCdoB/DF.